Fique calmo e pare com mimimi, Bolsonaro!
O medo da derrota deixa o presidente muito sensível…
atualizado
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“Puxa, vocês votaram em um cara do Centrão”, disse o presidente Jair Bolsonaro a um grupo de devotos que reclamou de sua recente filiação ao PL (Partido Liberal) de Valdemar Costa Neto. “Fui do PP (Progressista) por muito tempo. Fui do PTB (Partido Trabalhista do Brasil), fui PFL (Partido da Frente Liberal)”.
E emendou: “Não quer dizer que todo o pessoal que estava lá merece ser rejeitado pela sociedade. Tira o pessoal do centro, porque Centrão é pejorativo, e procura o outro lado. É o quê? PSOL, PC do B, Rede?”
Bolsonaro reclamou de Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, agora candidato à sua vaga:
“Ele foi do meu governo para fazer um trabalho sério, para se blindar ou para se preparar para ser futuro candidato a presidente da República?”
E sugeriu que Moro não tem compromisso com pautas conservadoras como o armamento da população e a oposição ao aborto:
“Nada aparece ali. ‘Não, que nós temos que combater milicianos’, não sei o quê. Corrupção… Ele ficou um ano e quatro meses comigo, o que eu fiz no tocante à corrupção? Quem tirou o Lula da cadeia não fui eu, foi o Supremo Tribunal Federal”.
Bolsonaro jogou a culpa no Congresso por não ser possível avançar, este ano, com as reformas da economia que ele prometera fazer e não fez:
“[Anos eleitorais] são anos difíceis, não tem negociação. O parlamentar, no final das contas, ele vê onde é que ele vai pagar o preço com aquele voto contrário ou favorável à tal proposta. Estive no Congresso por 7 mandatos e sei que é assim”.
Bolsonaro queixou-se da carta que lhe dirigiu o almirante Barra Torres, presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que sentiu-se ofendido por declarações dele:
“Me surpreendi com a carta dele, carta agressiva, não tinha motivo para aquilo. Eu falei: ‘o que está por trás do que a Anvisa vem fazendo?’ Ninguém acusou ninguém de corrupto. Por enquanto, não tenho o que fazer no tocante a isso aí”.
De fato, não tem. Barra Torres tem um mandato de 5 anos que só termina em 2024. Bolsonaro se faz de vítima, mas ele sugeriu, sim senhor, que poderia haver corrupção por trás da decisão da Anvisa de liberar a vacinação infantil contra a Covid-19.
Por fim, e tudo isso num único dia, Bolsonaro disse que estão querendo bani-lo das redes sociais, e que não admitirá:
“Me banir das redes sociais é jogar fora das quatro linhas. Eu só posso dizer isso. A gente não pode admitir um jogo baixo dessa natureza. Aí não é uma disputa eleitoral dentro do critério democrático, é uma imposição. A gente não pode admitir”.
Por incitar ao ódio e estimular a distribuição de notícias falsas, Donald Trump começou a ser banido das redes sociais quando ainda era presidente dos Estados Unidos. Bolsonaro guarda alguma semelhança com ele?