O Mato Grosso amanheceu sob o impacto da segunda fase da Operação Hermes, deflagrada pela Polícia Federal e o Ibama, que apura crimes ambientais, contrabando de mercúrio, associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro.

É sobre garimpo ilegal, nada estranho ao Mato Grosso e a diversos outros estados do país. O impacto deve-se ao fato de envolver duas empresas de Luis Antônio Taveira Mendes, que vem a ser… O filho do governador Mauro Mendes (União Brasil).

A Polícia Federal chegou a pedir a prisão temporária de Luis Antônio, mas sabe como é… O pedido foi indeferido pela Justiça. Luis Antônio tem 24 anos e é dono de uma lista longa de empresas. Já foi citado na primeira fase da Operação Hermes.

À época, Luis Antônio jurou ser inocente. Agora, volta a jurar. Um dos alvos da Hermes 1 foi o empresário Valdinei Mauro de Souza, o “Nei Garimpeiro”, ex-sócio do governador Mauro Mendes, e que doou 100 mil reais à campanha de Bolsonaro à reeleição.

Desde então, a Polícia Federal identificou uma extensa cadeia de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no comércio ilegal de mercúrio e ouro extraído de garimpos na Amazônia. A Hermes 2 visa justamente aprofundar as investigações.

Os envolvidos no esquema utilizavam empresas de fachada e laranjas para movimentação do dinheiro. O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, era usado para o transporte do mercúrio ilegal, segundo a Polícia Federal.

Foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, sendo dois em endereços ligados a Luis Antônio. A Justiça determinou o sequestro de mais de 2,9 bilhões de reais em bens dos investigados para reparar os danos ambientais causados por eles.

O governador ainda não saiu em socorro do seu filho. Preferiu, por ora, retaliar o jornal A Gazeta, o mais importante do Mato Grosso, e processar os jornalistas encarregados de cobrir o caso. O jornal foi punido com o corte da publicidade oficial do estado.

Pergunte a um político, qualquer um, se ele é contra ou a favor da liberdade de imprensa. Todos responderão que são a favor. São, até o momento em que a liberdade de imprensa começa a atrapalhar seus negócios. É assim em toda parte.