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Façamos o que Lula nos pede. Será pelo bem dele e do país

Greta Garbo – quem diria? – acabou em Orlando

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Breno Esaki/Especial Metrópoles
Apoiador faz a letra L com as mãos durante à cerimônia de posse do presidente Lula da Praça dos Três Poderes - Metrópoles
1 de 1 Apoiador faz a letra L com as mãos durante à cerimônia de posse do presidente Lula da Praça dos Três Poderes - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

Lula não seria Lula se não chorasse quando a situação o comove. Chorou na posse ao lembrar-se dos 580 dias em que esteve injustamente preso em Curitiba. A justiça anulou suas condenações e declarou parcial o ex-juiz Sérgio Moro.

Bolsonaro também chorava com facilidade. Mas esqueceu de chorar quando às suas barbas a pandemia da Covid-19 arrebatou quase 700 mil vidas. Ali, sua provável reeleição tornou-se quase impossível. Greta Garbo não acabou no Irajá, mas em Orlando.

E sem direito à anistia, como a multidão decretou diante do Palácio do Planalto abandonado por Bolsonaro com medo de ser preso. Nas vizinhanças de Lula, fala-se que o ministro Alexandre de Moraes cuidará da inelegibilidade do presidente fujão.

A festa da posse não poderia ter sido mais brasileiríssima – das músicas tocadas à subida da rampa pela diversidade ao cardápio do jantar oferecido pelo casal Lula no Palácio do Itamaraty; além dos muitos shows de artistas na Esplanada dos Ministérios.

Espantosamente, não se registrou um único incidente nem ato de violência. Deveu-se ao rigor da segurança, mas não só. Bolsonaro prestou um serviço a Lula ao ir para o exílio antes do tempo. Poderia ter ficado e recusar-se a lhe passar a faixa presidencial.

Outro serviço que Lula admirou foi o que lhe prestou o presidente em exercício Hamilton Mourão. Preocupado em livrar a cara dos militares, o general, eleito senador, jogou nas costas de Bolsonaro toda a culpa pelos desvios de conduta das Forças Armadas.

Um colega postou no Twitter que os jornalistas, até sábado, eram chamados de comunistas, e que a partir do domingo seriam chamados de golpistas. A tirada engraçada fez sucesso. Para a direita somos de esquerda, para a esquerda somos reacionários.

No passado, Lula disse que gostava mais de publicidade do que de notícias. Na véspera do último Natal, afirmou:

“Não precisamos de puxa-sacos. Um governo não precisa de tapinha nas costas. Um governo tem que ser cobrado todo santo dia para que a gente consiga aprimorar a nossa capacidade de trabalho. Cobrem, cobrem para que a gente faça e faça”.

Justa ou não, a cobrança começou.

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