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Exército desmoraliza-se se não punir Pazuello pelo o que ele fez

Como Bolsonaro no passado, Eduardo Pazuello, general da ativa, desrespeitou o Regulamento Disciplinar do Exército

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Aline Massuca/Metrópoles
Pazuello e Bolsonaro em ato no Rio
1 de 1 Pazuello e Bolsonaro em ato no Rio - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Faltou coragem, ou disposição, ou apoio, ou tudo isso junto ao general Edson Leal Pujol, à época comandante do Exército, para forçar o colega Eduardo Pazuello a passar à reserva quando aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro para ser ministro da Saúde.

O curioso é que nada disso faltou a Pujol quando ele, para surpresa e irritação de Bolsonaro, em uma cerimônia militar, negou-se a apertar-lhe a mão, preferindo tocar no cotovelo dele com o seu. Na ocasião, Pujol usava máscara, e Bolsonaro não, como de costume.

É grande a expectativa entre generais da ativa e da reserva sobre a posição que adotará o sucessor de Pujol no comando do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, depois que Pazuello participou no Rio de manifestação político-partidária.

O Regulamento Disciplinar do Exército não deixa margem para dúvidas. Uma das transgressões sujeitas a punição é: “Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.

Pazuello é general da ativa. Carrega três estrelas no ombro. Como todo militar, conhece o regulamento a fundo e sabe que o desrespeitou ao aparecer ao lado de Bolsonaro e, mais tarde, do alto de um carro de som, discursar para motociclistas.

Chegou ali de máscara e com ela, atravessou a multidão reunida no aterro da praia do Flamengo. Subiu no carro de som porque quis. Instigado por Bolsonaro, tirou a máscara e falou não se sabe bem o quê, devido ao barulho. Foi ao Rio e voltou em avião presidencial.

Nem ele nem Bolsonaro faziam ideia da repercussão que alcançaria o ato de um general da ativa proceder daquela forma? Impossível, embora Pazuello tenha admitido a amigos que errou. Talvez tenha imaginado que ficaria tudo por isso mesmo.

O Estado Maior do Exército reuniu-se ontem mesmo e discutiu o caso. Concluiu que Pazuello tem que ser punido, do contrário, o mau exemplo que deu poderá se multiplicar país afora. Caberá ao Comandante do Exército definir o tipo de punição.

Ela pode ir de uma simples advertência à passagem para a reserva ou, no limite, à prisão de Pazuello. Um general demitido por incompetência da função de ministro de Estado já seria o bastante para macular a imagem das Forças Armadas, como maculou.

Mas o que dizer de um general capaz de rasgar o regulamento a que deve obediência? O mesmo regulamento foi rasgado por Bolsonaro quando servia ao Exército e planejou atentados terroristas a quartéis. Bolsonaro acabou fora do Exército.

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