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Exército de prontidão e autoridades protegidas à espera do dia 7

A 48 horas das manifestações bolsonaristas, o presidente da República volta a falar em ruptura institucional

atualizado

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Apoiadores do presidente Bolsonaro se aglomeram em frente ao palácio da Alvorada no dia do aniversário do chefe do executivo. Cerca de 500 manifestantes cantaram parabéns em frente ao espelho d’água e trouxeram um bolo para comemorar junto com o presidente
1 de 1 Apoiadores do presidente Bolsonaro se aglomeram em frente ao palácio da Alvorada no dia do aniversário do chefe do executivo. Cerca de 500 manifestantes cantaram parabéns em frente ao espelho d’água e trouxeram um bolo para comemorar junto com o presidente - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Dava-se de barato, mesmo quando a pandemia, este ano, atingiu seu pico, que o presidente Jair Bolsonaro tinha vaga assegurada no segundo turno das eleições do ano que vem. Não se dá mais.

Acontece que ele virou a maior ameaça à democracia desde fim da ditadura militar de 64, a recuperação econômica travou, a inflação cresceu e as reformas do Estado foram para o beleléu.

A dois dias do ensaio do golpe que ele só não aplicará se lhe faltar apoio para tanto, Bolsonaro voltou a falar em “ruptura institucional”, que ele nega desejar, mas que admite ser possível.

Possível se o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral não se renderem à sua vontade, ou se a hemorragia de votos que ele sofre não for estancada.

A tensão em Brasília aumenta. O Exército entrará de prontidão a partir de amanhã. Será mais por cautela. Não tem planos para intervir se violência e sangue mancharem o dia 7 de setembro.

A tarefa caberá às polícias militares, parte delas infiltradas por bolsonaristas. Os chefes militares têm canais abertos com as secretarias de segurança pública e os governadores.

Foi montado um esquema especial de proteção aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, bem como ao ministro Luiz Fux, presidente do Supremo. Poucos sabem onde eles estarão.

Especial cuidado haverá com os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, alvos preferenciais da retórica belicosa de Bolsonaro e da fúria dos seus devotos mais radicais.

Para prevenir-se de futuros processos, Bolsonaro diz que participará das manifestações como convidado, quando de fato ele é o seu promotor. Tudo foi articulado diretamente por ele.

O objetivo é indisfarçável: intimidar seus adversários, mostrar-se forte no seu momento de maior fraqueza e produzir imagens que, devidamente editadas, serão usadas como propaganda.

Como ele mesmo disse:

“O retrato que queremos nesse dia não é meu, não é de nenhum político, é o retrato de vocês que será usado naquela velha máxima, uma imagem vale mais que 1 milhão de palavras.”

A sorte de Bolsonaro está lançada.

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