Exclusivo: Kátia Abreu, o drama de uma mãe traída pelo filho senador
E Tocantins pensava que já vira tudo…
atualizado
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Apesar da pouca idade, 33 anos completados em janeiro último, o Tocantins – o estado mais novo do país, maior do que o Equador e a Nova Zelândia – já viu muita coisa em política.
Viu, por exemplo, em 31 de dezembro de 2006, um governador eleito completar seu mandato pela última vez: Marcelo Miranda (MDB). Desde então nenhum outro chegou ao fim do mandato.
Nem o próprio Miranda, reeleito naquele ano. Nem Siqueira Campos (PSDB), eleito em 2010. Nem de novo Miranda, em 2014; muito menos Mauro Carlesse (PHS), eleito em 2018.
Todos foram afastados pela Justiça ou renunciaram ao cargo por envolvimento em escândalos de corrupção. O Tocantins nunca tinha visto a política separar mãe e filho, agora começa a ver.
Kátia Abreu é senadora há 16 anos e candidata à reeleição em outubro próximo. Seu filho Irajá é senador há quatro anos e tem mais quatro pela frente. Ela é presidente do PP em Tocantins, ele do PSD.
Os dois apoiavam a reeleição do atual governador Wanderley Barbosa (Republicanos). Irajá mudou de lado sem consultar a mãe: vai apoiar Osires Damaso (PSC), pré-candidato ao governo.
A traição do filho enfraquece a candidatura da mãe. Kátia postou no Instagram um vídeo no qual admite sua surpresa, mas adverte:
“Esse episódio tem apenas dois senadores da República tomando posições e opiniões diferentes. Eu só quero deixar bem claro para a população que, na minha história política, eu nunca fiz jogo duplo, nunca usei artifícios para melhorar a minha vida.”
“Sempre fui uma pessoa muito transparente, muito clara nas minhas opiniões, até mesmo me prejudico por isso; então, não há qualquer possibilidade de qualquer tipo de conluio, de qualquer tipo de ação menor para se aproveitar de uma situação.”
Voltou a repetir que apoia Barbosa, mas que compreenderá se ele decidir repensar sua chapa, em que ela ocuparia a vaga de candidata ao Senado. Irajá, seu filho mais velho, calou-se.