metropoles.com

Este filme, você já viu. No fim, depois do tiroteio, o bandido escapa

Pode estar vindo por aí mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito para infernizar a vida de Bolsonaro

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles
foto-10-milton-ribeiro-e-jair-bolsonaro-em-cerimonia-de-reajuste-salaria-planalto-brasilia-04022021
1 de 1 foto-10-milton-ribeiro-e-jair-bolsonaro-em-cerimonia-de-reajuste-salaria-planalto-brasilia-04022021 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Boa parte dos senadores celebra discretamente mais uma chance de extrair vantagens do governo com o anúncio feito por Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de que reuniu as assinaturas necessárias para protocolar o pedido de abertura de uma CPI destinada a investigar suspeitas de roubalheira no Ministério da Educação.

CPI é uma ótima oportunidade de fazer negócios, a maioria deles inconfessáveis. Governo algum admite ser alvo de uma CPI mesmo que ela não dê em nada, e quase sempre não dá. Por mais barulho que produza, seus relatórios finais acabam sendo esquecidos. De todo modo, barulho, e mais em ano eleitoral, causa estragos.

Bolsonaro autorizou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), chefe da Casa Civil da presidência, a valer-se de qualquer tipo de arma para impedir a instalação da CPI dos Pastores Dourados. Embora provisório, o nome faz sentido. Bolsonaro deu passe livre a pastores evangélicos dentro do ministério. Glória a Deus!

Dois deles, Gilmar Santos e Arilton Mourão, cobraram propina a prefeitos interessados em obter para seus municípios recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. A propina poderia ser paga em dinheiro vivo, em quilos de ouro ou mediante a compra de exemplares de uma edição especial da Bíblia.

Para que uma CPI seja criada são necessárias 27 assinaturas de senadores. É o número mínimo. Randolfe disse que colheu as 27. O provável é que conte com mais assinaturas, guardadas em segredo. Nogueira não sabe quem assinou ou não. Na dúvida, começou a chamar senadores para conversar em seu gabinete.

O processo de convencimento dos senadores para que não assinem o requerimento de pedido de abertura da CPI, ou para que retirem suas assinaturas, passa, naturalmente, pela oferta de agrados – liberação do pagamento de emendas ao Orçamento, cargos nos diversos escalões do governo e a eterna gratidão de Bolsonaro.

Nogueira tem larga experiência no ramo. Já esteve dos dois lados do balcão. No momento, está do lado de dentro como fonte pagadora.  Em 2014, quando estava do lado de fora, recebeu propina do grupo J&F para apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Quem disse? A Polícia Federal, que o investigou.

Ele está sendo acusado de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As conclusões da investigação foram remetidas ao Supremo Tribunal Federal e deverão ser submetidas ao exame de Augusto Aras, Procurador-Geral da República, a quem caberá oferecer ou não a denúncia contra Nogueira.

A levar-se em conta a folha corrida de Aras, aposte que ele não oferecerá. Aras está no cargo para livrar a cara de Bolsonaro, dos filhos dele e de aliados importantes. É o caso de Nogueira. O relatório final da CPI da Covid-19 foi parar nas mãos de Aras. Deu no quê? Deu em nada até aqui. Nem dará.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?