E como ficam os que autorizaram o presidente Jair Bolsonaro a tocar fogo no país? Num dia, ele chama o ministro Alexandre de Moraes de canalha e diz que não cumprirá suas decisões. No outro, chama-o de jurista e professor e dá o dito pelo não dito.

Em sua live das quintas-feiras no Facebook, ele queixou-se dos seus próprios apoiadores, transferindo-lhes a culpa dos seus problemas: “Muitos querem uma reação imediata do presidente. Aí, eu autorizo. Eu não vou sair das quatro linhas da Constituição”.

E Trovão, o caminhoneiro que fugiu para o México? E Roberto Jefferson, presidente do PTB, preso e doente? E o deputado Daniel Silveira, preso e de tornozeleira eletrônica? E as deputadas Bia Kicis e Carla Zambelli, enroladas com a Justiça por causa dele?

A todos, a solidariedade dos que se comovem com vítimas de traição. Bolsonaro não tem compromisso com o que diz e o que faz simplesmente porque não sabe o que diz e faz. Família acima de tudo. “Conhecereis a verdade e ela vos libertará.”

Fica a sugestão de que criem a ONG dos Órfãos de Bolsonaro, com financiamento garantido pelo Ministério da Mulher e dos Direitos Humanos. Ali sempre haverá recursos para iniciativas de boa natureza. A ministra Damares Alves jamais lhes faltará.