Está em marcha no PSDB um golpe contra João Doria
Eduardo Leite fica no partido, mas com a esperança de ser candidato à sucessão de Bolsonaro
atualizado
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Salvo arrependimento de última hora, o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, anunciará oficialmente, logo mais, à tarde, em entrevista coletiva, que não trocará o PSDB pelo PSD de Gilberto Kassab para ser candidato a presidente da República.
Deixará o cargo de governador para o vice, Ranolfo Vieira Júnior, delegado de polícia desde 1998, que deverá se candidatar à reeleição. Mas não descartará a hipótese de ser candidato à vaga de Bolsonaro, caso seu nome una a chamada terceira via.
É o primeiro lance de um golpe tramado nos bastidores do PSDB para subtrair a João Doria, governador de São Paulo, a condição de candidato do partido à presidência da República. Golpe porque Doria derrotou Leite nas eleições primárias do ano passado.
Pretexto para o golpe: Doria não decola nas pesquisas de intenção de voto. Na mais recente delas, do Datafolha, ficou em quinto lugar, empatado com o deputado federal André Janones (Avante-MG). Doria está certo de que crescerá até julho.
Mas não é o que pensam tucanos emplumados como o deputado Aécio Neves (MG) e o senador Tasso Jereissati (CE), entre outros. Os dois convenceram Leite a não sair do PSDB, garantindo que ele será o candidato do partido a presidente.
Leite é jovem. Mesmo que perca a eleição, só terá a ganhar. Ele se tornará nacionalmente conhecido e poderá ser candidato outra vez em 2026. Lula, por exemplo, disputou e perdeu três eleições presidenciais até vencer a primeira. Venceu a seguinte.
Doria não está disposto a ser golpeado. Reagirá, ainda não se sabe como. Mas sua reação só produzirá resultados se ele sair da casa dos dois pontos percentuais nas próximas pesquisas.