Em relatório da Polícia Federal, o desprezo do governo pela Amazônia
Só há dinheiro para pagar despesas obrigatórias e bancar medidas que ajudem Bolsonaro a se reeleger
atualizado
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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, cobrou do governo resposta sobre as dificuldades encontradas para garantir a segurança das comunidades e cumprimentos das decisões sobre as terras dos índios Yanomami.
Com cerca de 10 milhões de hectares no Amazonas e em Roraima, elas abrigam 371 comunidades de difícil acesso espalhadas ao longo da densa floresta amazônica. A Polícia Federal informou que não tem dinheiro nem suporte logístico para proteger as terras.
Cabe à Polícia Federal interromper as atividades criminosas dentro da reserva indígena. Ela já conduziu e participou de mais de 10 operações na área, mas não conseguiu coibir as atividades criminosas. Depende da colaboração de outros órgãos do governo.
Em relação ao Ibama, o relatório da Polícia Federal destaca:
“Mostra-se ainda necessário o apoio técnico de agentes ambientais para indicar as situações em que sejam irregulares as atividades desenvolvidas e que, embora o Ibama sempre tenha prestado apoio, tais atendimentos nem sempre foram totais, tendo em vista a carência de efetivo do órgão“.
Sobre as Forças Armadas, a Polícia Federal disse que, “desde o primeiro contato, o Ministério da Defesa demonstrou concordância em colaborar com as ações previstas, desde que houvesse dotação orçamentária correspondente”. Como não há…
Uma das ações mais importantes seria o controle do espaço aéreo da Terra Indígena Yanomami: “Trata-se de medida fundamental para estrangular o suprimento de bens e pessoas para os garimpos ilegais na região, já que a maior parte do transporte de insumos se dá por meios aéreos”.
A Polícia Federal discutiu o assunto com o comando da Aeronáutica, responsável pelo controle do tráfego aéreo na região amazônica, mas “foi exposta grande dificuldade em se controlar esse espaço aéreo, considerando que demandaria elevado investimento financeiro e de recursos materiais que, no momento, não estariam disponíveis”.
Em resumo: o governo federal só tem dinheiro para pagar as contas obrigatórias e gastar com medidas que ajudem a reeleger Bolsonaro. Os índios podem continuar esperando, e morrendo enquanto isso. Bolsonaro não se importa. Não é coveiro.