Em Pernambuco, um caso de amor separa dois antigos aliados
O triângulo Câmara, João e Tabata
atualizado
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Paulo Câmara, governador de Pernambuco nos últimos 8 anos, e João Campos, prefeito do Recife há dois anos, eram aliados. Foi Eduardo Campos, pai de João, que escolheu Câmara para sucedê-lo.
Eduardo, neto do ex-governador Miguel Arraes, governou Pernambuco duas vezes, candidatou-se a presidente da República em 2014, e morreu em um acidente aéreo em meio à campanha.
O PSB, partido de João e de Câmara, tinha um plano: eleger o sucessor de Câmara, que governaria só por quatro anos; em 2024 reeleger João prefeito; e finalmente em 2026, elegê-lo governador.
Quanto a Câmara, ele seria ministro de um eventual governo Lula. Parecia tudo acertado, até que João conheceu a deputada federal Tabata Amaral, apaixonou-se por ela e traiu Câmara.
Tabata elegeu-se pelo PDT de São Paulo, mas trocou-o pelo PSB depois que começou a namorar João. Ela quer ser candidata a prefeita da cidade de São Paulo daqui a dois anos.
Câmara contava com o apoio de João para ser ministro, mas João preferiu apoiar Márcio França (PSB), ex-governador de São Paulo, e agora ministro de Portos e Aeroportos.
Se Câmara fosse ministro, França poderia candidatar-se a prefeito de São Paulo, atrapalhando a pretensão de Tabata. Resultado: Câmara, ontem, saiu do PSB.
A hegemonia do PSB em Pernambuco foi quebrada na eleição de outubro. Raquel Lyra (PSDB), ex-prefeita de Caruaru, elegeu-se governadora. Será a primeira mulher a governar o Estado.
Se fizer um bom governo, tentará se reeleger. E João? João segue apaixonado por Tabata. Vive na ponte aérea Recife-São Paulo. Câmara deverá ser o próximo presidente do Banco do Nordeste.