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Em busca do consenso para impor limites ao golpismo de Bolsonaro

Presidente da República pode muito, mas bem menos do que imagina

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Desfile de carros militares para entregar um convite a Bolsonaro para operação Formosa
1 de 1 Desfile de carros militares para entregar um convite a Bolsonaro para operação Formosa - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

De uma vez por todas: ao Centrão ampliado – ou seja: o conjunto de partidos que sempre se destacaram como os mais fisiológicos, agora engrossado por bandas podres do PSDB e MDB -, não interessa golpe militar ou coisa parecida que suprima a força do Congresso ou reduza a sua importância. De jeito nenhum.

Por mais paciência que possa ter com os arreganhos do presidente Jair Bolsonaro, por mais que compreenda sua aflição com a perspectiva de não se reeleger ano que vem, pode estar próximo o momento de ter que lhe dizer: chega, basta, daqui não passará. Se Bolsonaro quer tocar fogo no país, o Centrão ampliado não quer.

Fora o núcleo estúpido e radical do bolsonarismo, ninguém quer. Parte dos militares, órfãos de 21 anos da ditadura de 64, pode até querer, mas como na contramão do continente, sem o respaldo do governo americano, para a contrariedade da China, o maior parceiro comercial do Brasil no mundo, como bancar tal aventura?

Os blindados avariados da Marinha estão a soltar fumaça além da necessária. Aviões da FAB vivem em manutenção – o que decolou ontem levando ajuda humanitária ao Haiti teve que ser trocado por outro no Pará “por problemas técnicos”. As Forças Armadas não têm munição para encarar dois dias de guerra.

O mundo era outro em 1964. Dizia-se que o capitalismo e o comunismo travavam uma guerra fria desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Cuba de Fidel Castro tentava exportar a revolução e a China o maoísmo. Foi a pretexto de que a democracia estava ameaçada que se deu o golpe que a destruiu por aqui.

Fidel morreu. Cuba está aos pandarecos. O capitalismo triunfou inclusive na China. Os barões da Avenida Paulista se mudaram para a Faria Lima e só teriam a perder com um regime que cerceasse as chances de fazer bons negócios. A imprensa que apoiou o golpe de 64 hoje está contra. A classe média, idem. E aí?

Daí que os candidatos a coveiros da democracia, sob a liderança do mais despreparado presidente da história do país nos últimos quase 100 anos, não darão conta da tarefa de enterrá-la. Criarão confusão, como estão criando, até saírem de cena, ou até que se forme um consenso de que devam sair antes da data marcada.

Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na Faria Lima e nos seus equivalentes estaduais, é só o que se discute e se busca – o consenso sobre os limites que Bolsonaro não poderá ultrapassar, e o que fazer caso os ultrapasse. Desde que garantida sua impunidade, para ele não seria tão mal assim ir embora.

O país só teria a ganhar com isso.

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