Doria ganha um palanque que parecia perdido no Rio Grande do Sul
Menos um aspirante a candidato nem, nem
atualizado
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O elenco de aspirantes a candidato nem Lula nem Bolsonaro desidratou-se com o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, de que não sairá do seu partido, o PSDB.
Em compensação, pode ter crescido o time de políticos que diz uma coisa para se eleger, e depois de eleito, faz outra. Leite prometera não se candidatar à reeleição. Agora, admite ser candidato.
“Tenho essa convicção [contra a reeleição]”, disse ele. “Mas também tenho a convicção de que não podemos permitir que o estado se perca. Não vou me omitir nesse processo eleitoral”.
“Estado se perca”? Está para nascer profissão mais narcisista do que a de político. Quem disse que o Rio Grande do Sul poderia se perder caso Leite governasse até o fim?
João Doria, governador de São Paulo, candidato do PSDB à sucessão de Bolsonaro, deve estar rindo à toa a essa altura. O Rio Grande do Sul é o quinto maior colégio eleitoral do país.
O passe de Leite era cobiçado pelo PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Leite tem até final de março para decidir se fica no governo ou se largará o cargo para ser candidato à reeleição.
Para Doria, não fará grande diferença. Ele ganhou no Rio Grande do Sul um palanque que balançava. Os gaúchos não gostam de políticos que trocam de partido. Leite sempre soube disso.
Kassab voltou ao marco zero. Sem Leite, sem Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que prefere tentar se reeleger presidente do Senado, só resta a Kassab entender-se de vez com Lula.