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Desrespeito à ordem judicial é crime que compensa para Bolsonaro

No dia 7 de setembro, ele chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha e disse que não respeitaria mais as suas ordens

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1 de 1 Jair-Bolsonaro-no-7-de-Setembro-600×400 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Dará em nada a desobediência do presidente Jair Bolsonaro à ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de depor à Polícia Federal que investiga se ele incorreu em crime ao divulgar informações sobre um inquérito sigiloso.

Ou melhor: dará em alguns votos a mais para Bolsonaro, candidato à reeleição, cujos simpatizantes mais radicais amaram vê-lo enfrentar um ministro que ele chamou de canalha em discurso no último dia 7 de setembro, na Avenida Paulista.

Naquela ocasião, Bolsonaro disse que não respeitaria mais decisões de Alexandre. Recuou dias depois, aconselhado pelo ex-presidente Michel Temer. Telefonou para o ministro se desculpando. Agora, fez o que antes disse que faria.

É a primeira vez que um presidente da República ignora uma determinação da Justiça. Bolsonaro é investigado por divulgar em suas redes sociais documentos sobre uma tentativa de invasão ao sistema de urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral.

Em relatório encaminhado a Alexandre, a Polícia Federal concluiu que Bolsonaro cometeu crime no vazamento de dados sigilosos. O ministro determinou que ele fosse ouvido a respeito. Atendeu ao  pedido dele de prorrogar o prazo para tal. Mas Bolsonaro não foi.

Discute-se o que acontecerá com ele. Se ele preferiu não depor, o inquérito será concluído e caberá a Alexandre a decisão de arquivá-lo ou de remetê-lo à Procuradoria-Geral da República para que ofereça denúncia. Augusto Aras é o procurador.

Aras está ali para barrar ações que possam criar problemas para Bolsonaro. Se não oferecer denúncia, o caso estará encerrado. O Supremo poderia abrir um processo criminal contra o presidente, mas para isso dependeria do aval da Câmara dos Deputados.

Quem manda na Câmara é o Centrão, que em troca de favores, empregos e uma fatia generosa do Orçamento, apoia Bolsonaro incondicionalmente e quer reelegê-lo. Portanto, não dará licença para que ele seja processado. Ponto final.

Diz-se que “crime não compensa”. Bobagem! Em muitos casos, compensa.

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