metropoles.com

Derrota do voto impresso enterra impeachment de Bolsonaro

Oposição celebra a vitória da democracia sobre o autoritarismo, e Bolsonaro a falta de votos para tirá-lo do poder

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Votação e derrota da PEC do Voto Impresso
1 de 1 Votação e derrota da PEC do Voto Impresso - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Gol de mão não vale. Mas Diego Maradona entrou para a história do futebol não só por sua genialidade, mas por ter feito um gol de mão na Copa do Mundo de 1986 quando a Argentina venceu a Inglaterra por 2 x 1. O segundo gol, considerado até hoje o mais bonito de todas as copas, foi dele também.

A democracia derrotou o autoritarismo na sessão da Câmara que sepultou a proposta de restabelecer o voto impresso nas próximas eleições. Seriam necessários para sua aprovação 308 votos de um total possível de 512, uma vez que o presidente da Câmara só vota em caso de empate. O placar foi de 229 a favor e 218 contra.

64 deputados faltaram à sessão ou preferiram não votar. Um, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), absteve-se. Pouco importa, assim, que o presidente Jair Bolsonaro, o pai do voto impresso, tenha obtido mais votos no cômputo geral – ele perdeu. Colheu até aqui sua mais fragorosa derrota no Congresso.

Mas o resultado, se lido ao pé dos números, mostra também que ele tem o que comemorar, e não só porque as pitonisas diziam que o voto impresso seria derrotado por larga margem de votos e erraram. A aprovação da abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro foi para as calendas gregas.

É o Senado quem cassa ou não o mandato de um presidente da República. Mas isso só acontece se a Câmara, por um mínimo de 342 votos, autorizar. Há pedidos de mais para a abertura de um processo de impeachment contra ele, e votos de menos para aprovar um deles. De resto, a oposição finge querer, mas só finge.

A oposição disposta a votar em Lula torce para que Bolsonaro dispute com ele o segundo turno. Seria, nos seus cálculos, o candidato mais fácil de derrotar. Bolsonaro torce para enfrentar Lula porque pensa a mesma coisa. O que ele mais teme é que um candidato do centro lhe roube o lugar.

O candidato nem Bolsonaro nem Lula ainda não deu as caras, mas há tempo para isso. A de Bolsonaro é uma sucessão aberta. De mais a mais, no Brasil, tudo pode acontecer, inclusive nada, como disse um dia Marco Maciel, ex-governador de Pernambuco e vice-presidente da República durante o governo Fernando Henrique.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?