Deixem Tarcísio de Freitas governar São Paulo em paz, e bem
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A pior coisa que poderia fazer a essa altura Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, seria empolgar-se com a ideia de disputar a presidência da República em 2026.
Faltam 3 anos e dois meses para o dia da eleição. E para que tenha chance de se eleger, ele precisa, primeiro, governar muito bem, e, segundo, Lula governar muito mal, e desistir da reeleição.
Se Tarcísio governar bem e Lula mal, ainda assim ele terá pela frente um problema não desprezível: os paulistas não gostam de governantes que os abandonam para alçar voos mais altos.
O Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, não deve ser usado como trampolim para quem sonha com o Palácio do Planalto, sede do governo federal.
Um governador de São Paulo bem avaliado deve concorrer à reeleição. Só depois deve pensar em concorrer à presidência É o que a história mostra até aqui. É o que sugerem os fatos.
Paulo Maluf governou São Paulo de 1979 a 1982. Não havia reeleição à época. Em 1984, disputou a presidência e perdeu para Tancredo Neves, o candidato da oposição à ditadura militar.
Orestes Quércia governou São Paulo entre 1987 e 1991. Em 1994, disputou a presidência da República e ficou em quarto lugar. Quem se elegeu foi Fernando Henrique Cardoso.
José Serra foi duas vezes candidato a presidente. A primeira, em 2002, quando ainda era senador, e perdeu para Lula. A segunda, em 2010, quando renunciou ao governo paulista. Perdeu de novo.
Geraldo Alckmin, que por duas vezes governou São Paulo, por duas vezes foi também candidato a presidente. Em 2006, perdeu para Lula. Em 2018, para Bolsonaro.
De 1930 para cá, um único governador ou ex-governador de São Paulo se elegeu presidente: Jânio Quadros, em 1961, que renunciou ao cargo 6 meses depois. Queria ser ditador.
Paciência, Tarcísio! A história não obrigatoriamente se repete, mas ensina a quem deseja aprender.