Na reta final do páreo para ministro do Supremo Tribunal Federal na vaga que se abrirá com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, cresce a esperança de Augusto Aras, Procurador-Geral da República, de ser o escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro.

André Mendonça, Advogado-Geral da União, o mais terrivelmente evangélico dos candidatos à vaga, ainda não perdeu a condição de favorito, embora lhe falte por ora o apoio do senador Flávio Bolsonaro, o Zero Um do presidente da República.

Mas a resistência no Senado à aprovação do nome de Mendonça não diminuiu como ele e Bolsonaro esperavam. Pelo contrário: cresceu nas últimas semanas. Flávio e sua turma acham que uma vez ministro, Mendonça não será tão dependente deles.

É por essa brecha que Aras calcula poder entrar. Todas as decisões que tem tomado, desde que foi alçado por Bolsonaro ao cargo, levam isso em conta. E sua fidelidade ao presidente, que o fez procurador-geral, só tende a acentuar-se até o fim do páreo.

Se outro for o ministro, Aras poderá rever sua posição, mas lenta e gradualmente, sem provocar barulho.