CPI da Covid-19 perde o foco e quer ouvir ex-mulher de Bolsonaro
Fogos de artifício, nada mais
atualizado
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Salvo para produzir barulho, a uma ou duas semanas do fechamento do seu encerramento, faz sentido a CPI da Covid-19 convocar para depor a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan, o filho Zero Quatro?
O requerimento de convocação foi aprovado ontem. O motivo: a relação dela com o advogado Marconny Albernaz Faria, lobista da Precisa Medicamentos, empresa que fechou contrato bilionário com o Ministério da Saúde para vender vacinas.
Segundo o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Faria acionou a ex-mulher de Bolsonaro por duas vezes em questões relacionadas ao governo. Em uma delas, teria pedido “atenção especial” para um caso de investigação de corrupção.
Em outra, a interferência de Ana Cristina na indicação de um nome para ocupar o cargo de chefe da Defensoria Pública da União. Digamos que ela atendeu aos pedidos do lobista. E daí? O que isso tem a ver com o que a CPI investiga? Simplesmente nada.
De resto, Ana Cristina poderá obter um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que lhe assegurará o direito de ficar calada quando for ouvida, como aconteceu com o lobista. Como seu penúltimo ato, isso em nada acrescentará à imagem da CPI.
O mais provável é que o senador Omar Aziz (PSD-AM), um político de bom senso, deixe o tempo passar e não marque a data para o depoimento de Ana Cristina.