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CPI da Covid-19 errou ao convocar Wajngarten para depor

CPI faz o jogo do ex-secretário de Comunicação

atualizado

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Jefferson Rudy/Agência Senado
Fabio Wajngarten na CPI da Covid
1 de 1 Fabio Wajngarten na CPI da Covid - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Bravata do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid-19, quando diz que pedirá a prisão de Fabio Wajngarten, ex-Secretário da Comunicação Social do governo, se comprovado que ele mente em seu depoimento ainda em curso.

Prender um bagrinho de nada adiantará. Daria a impressão que o fez só porque ele é bagrinho. Há uma semana, Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, mentiu à CPI e sonegou informações. Cogitou-se prendê-lo. Mais tarde, o deixaram ir embora sem punição.

O fato é que a CPI errou ao deixar-se pautar pela imprensa e convocar Wajngarten para depor com base em uma entrevista que ele concedeu à revista VEJA, onde fez críticas duras ao general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Fez o jogo dele.

Wajngarten, hoje: “Nunca participei de negociação” para a compra da vacina da Pfizer. À VEJA, no final de abril último: “Então, eu abri as portas do Palácio do Planalto. Convidei os diretores da empresa a vir a Brasília. Fizemos várias reuniões”.

Wajngarten, hoje, afirmou acreditar que o governo não demorou para assinar o acordo com Pfizer. E criticou as cláusulas do contrato apresentado ao governo pela empresa que fabrica a vacina, por sinal exatamente como fez Bolsonaro à época.

Mas à VEJA, ele disse: “Os diretores da Pfizer foram impecáveis. Se comprometeram a antecipar entregas, aumentar os volumes e toparam até mesmo reduzir o preço da unidade, que ficaria abaixo dos 10 dólares”. Se foi assim, por que o acordo não avançou?

O acordo não avançou por “incompetência” dos gestores do Ministério da Saúde comandados por Pazuello, segundo revelou Wajngarten à VEJA. Hoje, à CPI, o ex-secretário elogiou o general e culpou pelos erros a burocracia do Ministério da Saúde.

A expressão mais repetida por Wajngarten para driblar perguntas dos senadores foi: “Desconheço”. Pressionado, porém, admitiu que o governo levou dois meses para responder à proposta da Pfizer. Do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), então ouviu:

– Alguém está mentindo, ou o depoente ou a VEJA. O senhor só está aqui por causa da entrevista, senão nem lembraríamos que o senhor existia. O senhor não seria chamado.

Sobre Bolsonaro, Wajngarten foi só elogio, em linha com sua entrevista à VEJA. “O presidente defende a liberdade de expressão e nunca perseguiu jornalistas”, ele disse. Bolsonaro processou jornalistas e ameaçou encher “de porrada” a boca de um deles.

Wajngarten depõe à CPI com dois objetivos: 1) livrar-se da suspeita de que fez lobby pela vacina da Pfizer para ganhar dinheiro; 2) mostrar-se confiável a Bolsonaro. Quem sabe não extrai vantagens disso?

Acima de tudo, ele é um homem de negócios.

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