Contagem regressiva para tornar Daniel Silveira inelegível
André Mendonça, o ministro terrivelmente evangélico, deverá pedir vista do processo, em obediência à vontade de Bolsonaro
atualizado
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Posto na pauta da votação desta quarta-feira no Supremo Tribunal Federal, ali permanece e não deverá ser retirado o julgamento da ação penal da qual é réu Daniel Silveira (PTB-RJ), que em 2018 se elegeu deputado federal depois de rasgar uma placa de rua com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco.
Silveira é acusado de agredir verbalmente os integrantes do Supremo, incitar a animosidade entre as Forças Armadas e o tribunal e tentar impedir o livre exercício do Judiciário. Já foi preso por isso, usa tornozeleira e só pode sair de casa para ir ao Congresso. Saiu para ir a uma festa no Rio na semana passada.
Dá-se por certo que o ministro terrivelmente evangélico, André Mendonça, nomeado por Bolsonaro, pedirá vista do processo, suspendendo temporariamente o desfecho do julgamento. Mesmo assim os demais ministros deverão votar para tornar Silveira inelegível em outubro próximo e não se sabe até quando.
Essa é uma das razões por que Bolsonaro, ultimamente, voltou a bater duro em ministros do Supremo. Outra razão: o WhatsApp firmou acordo com o Tribunal Superior Eleitoral para deixar para depois das eleições o lançamento de um novo dispositivo que aumentará o alcance dos disparos de mensagens em massa.
Bolsonaro já disse que o acordo é inadmissível, inaceitável e que será desrespeitado. Ele pretende convencer os donos do aplicativo a romperem o acordo que o prejudicaria, uma vez que o uso do WhatsApp é vital para que ele e seus seguidores possam disseminar notícias falsas durante a campanha.
Mas isso, naturalmente, ele não dirá.