Como há falta de notícias relevantes, fabrica-se uma
Entrou pela perna do pato, saiu pela perna do pinto. Vida que segue
atualizado
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O que é suíte? No jornalismo, é dar continuidade a uma notícia que foi publicada; é não deixar que a notícia morra. Então, o que se faz? O mais barato: procura-se pessoas que possam comentá-la.
Digamos que a notícia foi: “’Há possibilidade legal para a prisão de Bolsonaro’, diz diretor da Polícia Federal”. A suíte poderia ser:
“Diretor-geral da PF vira alvo de críticas por fala sobre prisão de Bolsonaro. Advogados não veem irregularidade, mas citam abertura para politização do caso do ex-presidente.”
Então, relembra-se o que disse o diretor-geral da Polícia Federal. E, em seguida, ouve-se uma porção de pessoas. A primeira a falar é o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que sai em defesa do pai.
A segunda, o senador Rogério Marinho (RN), líder da oposição no Senado, que fala em defesa de Bolsonaro. A terceira, o senador Sergio Moro (União-PR), que também defende Bolsonaro.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) diz que não viu problemas na fala do diretor-geral da Polícia Federal. “Especialistas em direito” dizem que também não viram.
Mas alguns fazem ressalvas à fala. Um afirma que o problema não está no que foi dito e sim em quem fez as declarações. Elas podem comprometer “a isonomia das investigações”.
Outro diz que as falas “podem reforçar o discurso bolsonarista de perseguição”. Outro discorda: diz que a posição do diretor-geral da Polícia Federal “foi dentro do limite técnico”.
Ponto final na suíte. Entrou pela perna do pato, saiu pela perna de pinto. O rei mandou dizer que quem quiser que conte cinco: um, dois, três, quatro e cinco.
Amanhã será outro dia. Vida que segue.