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Comandante do Exército punirá Pazuello com advertência

Mas, para isso, o general Paulo Sérgio Nogueira precisa da concordância do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido)

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Eduardo Pazuello_CPI da Covid
1 de 1 Eduardo Pazuello_CPI da Covid - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que discursou em defesa do governo no alto de um carro de som no último domingo, no Rio, algo proibido a um militar da ativa pelo Regulamento Disciplinar do Exército, será punido apenas com uma advertência. É nessa direção que caminha o desfecho do caso.

As outras punições previstas no regulamento são: censura, suspensão e até 30 dias de cadeia. Do fim da ditadura militar de 64 para cá, nenhum general foi preso. O espírito de corpo, entre eles, não permite. Censura e suspensão são consignadas na folha que corresponde à sua trajetória na carreira. Advertência, não.

Por isso, é a pena mais branda. Fica de fora da folha, é como se nunca tivesse existido. Hoje, em São Gabriel da Cachoeira, interior do Amazonas, onde se encontrarão o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, general Braga Neto, e o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, discutirão o assunto.

Pazuello tem mais um ano pela frente para continuar como general da ativa. Antes, só passará à reserva se quiser ou se for convencido a isso. Não quer. Está intransigente. Sente-se protegido pela farda. Alega que em breve voltará a depor na CPI da Covid e que precisará de retaguarda. Bolsonaro dá-lhe razão.

Não que lhe dedique especial afeto, embora admire sua lealdade. Mas, como ex-militar e comandante supremo das Forças Armadas, Bolsonaro sabe que militar da ativa é proibido de participar de manifestação político-partidária. Foi ele que atraiu Pazuello para a armadilha. E o fez de propósito, e com a anuência do general.

Bolsonaro quer mostrar que é o dono da caneta e transformar o “nosso Exército” no Exército dele, rendido às suas vontades. A eleição do ano que vem chegou mais rápido do que deveria. Bolsonaro teme não se reeleger. Desde já, está disposto a melar os resultados das urnas. E, para isso, o apoio da farda seria vital.

Pazuello, um general cabeça de papel, não passa de um peão que Bolsonaro controla; em respeito ao general, digamos um cavalo no jogo de xadrez que obedece a todas as ordens do dono das peças. O general Paulo Sérgio quer passar o pano em mais um episódio que enfraquece o Exército, mas depende de Bolsonaro.

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