Chegou o momento da degola de mais um presidente da Petrobras
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atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro espera que pelo menos uma grande parcela dos brasileiros compreenda sua posição. Ele deseja convencê-los de que nada tem a ver com aumento do preço dos combustíveis, inflação de dois dígitos e a carestia que obriga os mais pobres a disputarem carcaças de animais em açougues.
Para ser sincero, ele nada teve a ver com nada que infelicita a vida dos seus governados. A pandemia da Covid-19? Quem poderia tê-la previsto? Receitar cloroquina para combater o vírus? Foi aconselhado por médicos a fazê-lo. Atraso na compra das vacinas? Ora, faltava vacina no mercado, todos sabem. E por aí vai…
É dura a vida de um presidente da República, ele o disse mais de uma vez e quer que lembrem. Nunca lhe passou pela cabeça se eleger presidente, mas essa foi uma missão dada por Deus. Como foi Deus que o salvou da morte, e não os médicos que o operaram, seguirá carregando sua cruz pesada até quando Deus quiser.
Demitiu o ministro das Minas e Energia porque ele não se mostrou interessado em segurar os sucessivos reajustes no preço dos combustíveis. Embora um ignorante no assunto, o novo ministro já anunciou que venderá a Petrobras no mais curto período de tempo. Se não conseguir, bem que terá tentado.
Mas não ficará só nisso. Bolsonaro prepara-se para demitir o terceiro presidente da Petrobras indicado por ele em menos de 3 anos e meio de governo, que seus adversários perversamente insistem em chamar de desgoverno. Em Campos do Jordão, interior de São Paulo, na última sexta-feira, ele antecipou:
“Eu espero, nos próximos dias, com as mudanças que fiz no Ministério das Minas e Energia, que nós consigamos mexer com a Petrobras, fazer com que ela cumpra o dispositivo constitucional, que fala do fim social da empresa”.
“Não podemos ter uma empresa que tem o lucro acima de 30%, enquanto nas maiores petrolíferas do mundo o lucro é, no máximo, de 15%. E essas outras petrolíferas abriram mão de lucro para ajudar os seus países, a Petrobras, não.”
Se os presidentes da Petrobras não fizeram o que Bolsonaro esperava deles, só há uma explicação possível: eles o traíram. Preferiram satisfazer a ganância dos acionistas, e também a própria, a zelar pelo bem-estar dos brasileiros. Verdade que o governo depende da grana que a Petrobras lhe transfere, mas…
Mas isso não vem ao caso agora. Com a troca de ministros, com a troca de presidentes da Petrobras, com o que ele diz e repete sobre os lucros fabulosos da empresa, Bolsonaro tem certeza de que na hora de votar em outubro os brasileiros reconhecerão seus esforços para governar com sabedoria e amor por todos. Amém.