Chega de fake news, Dallagnol. Tchau, querido!
Quem demonizou a política sonha em ser salva por ela
atualizado
Compartilhar notícia
No dia em que seu mandato foi cassado pelo placar de 7 votos a 0, mais humilhante que a goleada de 7 a 1 levada pela Seleção na Copa do Mundo de 2014, o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-coordenador da Lava-Jato, plantou a informação de que poderá ser salvo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Fake news! Não há registro de decisão tomada por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tenha sido revogada pelo STF. O clima, ali, para Dallagnol sempre foi péssimo desde que ele manobrou para incluir no rol de suspeitos de corrupção os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Ousado, o rapaz!
Na condução da Lava-Jato em parceria com o então juiz Sérgio Moro, hoje senador, Dallagnol sentiu-se poderoso bastante para ir muito além do que seus chinelos permitiam. Vazamentos de conversas dele com Moro e seus colegas procuradores revelaram que a isenção era algo estranho àquele bando.
Dallagnol é piaba para Gilmar, que sequer perdeu tempo em celebrar sua derrocada. Gilmar quer pescar um peixe grande, do mesmo porte que o pirarucu, conhecido como “bacalhau do Norte”, que pode ultrapassar nos rios da Amazônia os 3 metros de comprimento, e pesar até 220 quilos. Não é Moro. Adivinhe!
Menos de 24 horas depois de cassado, Dallagnol trocou a fake news anterior por uma novinha em folha. Essa: ele tem mais chances de preservar seu mandato se conseguir apoio de alguns dos seus pares que ocupam cargos de relevo na direção da Câmara. Repleto de esperança, já estaria correndo atrás de alguns deles.
Correndo pode estar, esperançoso, também. Mas na direção da Câmara, quem manda é Arthur Lira (PP-AL), seu presidente, reeleito com 464 votos de um total possível de 513 – um recorde. E Lira, para dizer o mínimo, não simpatiza com Dallagnol, a quem acusa de ter demonizado a política. Dallagnol já o atacou.
Lira fará tudo como está escrito no regimento interno da Câmara, mas não verterá uma única lágrima por Dallagnol. Quanto a Moro, não é da sua conta. É da conta do alto e bonito Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, conhecido como “Pirilampo” – apaga, acende, apaga, acende.