Censura a filme de Danilo Gentili irá para a lata do lixo da História
Já a inflação, continuará a corroer o bolso dos brasileiros
atualizado
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Se não consegue barrar os efeitos negativos sobre sua imagem do recente choque aplicado pela Petrobras nos preços dos combustíveis; se ainda não venceu a resistência do ministro Paulo Guedes ao pacote de bondades econômicas que deverá ser desembrulhado em breve; e se o disparo da inflação agrava a insônia que o faz atravessar as noites agarrado ao celular, o que Bolsonaro por enquanto poderia fazer?
Ora, barulho, sua especialidade. Barulho para tentar desviar a atenção do distinto público de coisas que de fato importam. A decisão do ministro da Justiça de suspender nos serviços de streaming a exibição do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola” serve justamente para isso, além de agradar à ala mais radical do bolsonarismo. O filme estrelado pelos atores Fábio Porchat e Danilo Gentil foi acusado de obra pedófila.
O curioso é que o filme foi lançado nos cinemas há 5 anos, durante o governo do presidente Michel Temer (MDB), e elogiado nas redes sociais pelo pastor evangélico bolsonarista Marco Feliciano, que agora deputado federal pelo PL apagou o que escreveu e desculpou-se:
“Confesso que não me recordo da cena que faz apologia da pedofilia, devo ter saído para atender o telefone. Se tivesse visto, faria o que sempre fiz com outros filmes, teria denunciado”.
A comédia dirigida por Gentil, à época também bolsonarista, hoje crítico do governo e partidário da candidatura do ex-juiz Sérgio Moro à presidência da República, não foi lá um grande sucesso de público. Começou a ser depois da proibição que remete ao tenebroso passado da ditadura militar de 64. A proibição dará em nada. Ela contraria o que diz a Constituição. Se provocado, o Supremo Tribunal Federal a mandará para a lata do lixo da História.