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Caso Marielle: a história mal contada da promoção de um criminoso

Dois generais e um delegado que enriqueceu passando a mão na cabeça de bandidos

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Tomaz Silva/Agência Brasil
O novo chefe de Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, fala à imprensa na 9ª reunião do Comitê Especial de Segurança Integrada Caso Marielle
1 de 1 O novo chefe de Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa, fala à imprensa na 9ª reunião do Comitê Especial de Segurança Integrada Caso Marielle - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Por que, diabos, o general Walter Braga Netto, à época interventor federal na área de segurança pública do Rio por decisão do então presidente Michel Temer, assinou em 2018 a promoção do delegado Rivaldo Barbosa ao cargo de chefe da Polícia Civil do estado?

Barbosa está preso desde ontem, acusado de ter ajudado os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Elcio Queiroz a assassinarem a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e o motorista Anderson Gomes. Barbosa assumiu o cargo 24 horas antes do crime.

Braga Netto diz que assinou a nomeação de Barbosa apenas por “questões burocráticas”. O secretário de Segurança Pública do Rio, general Richard Nunes, indicado para o cargo por Braga Netto, foi quem propôs a nomeação de Barbosa. Nunes confirma: é verdade.

Mas conta uma história que Braga Netto parece fingir desconhecer. Segundo Nunes, em depoimento à Polícia Federal, a sugestão do nome de Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio foi feita pelo setor de inteligência do Comando Militar do Leste (CML).

O comandante do CML, responsável pelas tropas no Rio, no Espírito Santo e em Minas Gerais, era o general Braga Netto, depois ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Bolsonaro. Como secretário de Segurança do Rio, Nunes respondia diretamente a Braga Netto.

A primeira missão de Nunes à frente da secretaria foi escolher os novos chefes das polícias Civil e Militar. Para auxiliá-lo na tarefa, recebeu uma lista de cinco nomes indicados pela inteligência do Exército. Entre os quais, o de Barbosa, que acabou escolhido.

A inteligência da Secretaria de Segurança chegou a contraindicar Barbosa, um policial de reputação duvidosa. O general Nunes, porém, avaliou que as ressalvas feitas a Barbosa não se “pautavam em dados objetivos” e bancou sua nomeação. Essa história cheira mal.

Nunes e Braga Netto deveriam fazer uma DR (discutindo a relação) para acertar os ponteiros, e Barbosa deveria preparar-se para explicar a fortuna suspeita que acumulou como delegado. A advogada Erika Andrade de Almeida Araújo, mulher de Barbosa, era testa de ferro do marido.

É o que afirma um relatório da Polícia Federal. Ela e Barbosa criaram empresas de fachada para lavar o dinheiro adquirido de maneira ilícita pelo delegado. De janeiro de 2015 a dezembro de 2019, Erika movimentou mais de R$ 7 milhões.

Para dificultar o rastro do dinheiro, Erika fazia saques em espécie. Uma vez, sacou R$ 880.019,46.

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