Casemiro, capitão da Seleção Brasileira, detona a Copa América
Os jogadores se negam a entrar em campo. Tempo não há para montar uma Seleção paralela. Bolsonaro pisou feio na bola
atualizado
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Foi um jogo morno, sem brilho, entre o Brasil e o Equador pelas eliminatórias da próxima Copa do Mundo. Outra vez a Seleção mostrou sua dificuldade em vencer um adversário retrancado.
O lance que mais chamou a atenção do público em casa aconteceu depois da partida. Em entrevista, Casemiro, o capitão do time, confirmou que a Seleção não vai jogar a Copa América.
O técnico Tite, de alguma maneira, havia antecipado a notícia. Mas faz diferença ouvi-la da boca de Casemiro que disse falar em nome de todos os jogadores, sem exceção.
O anúncio oficial ficou para depois do jogo contra o Paraguai na próxima terça-feira. Mas a fala de Casemiro não deixou dúvidas sobre o que será.
Que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em sociedade com o presidente Jair Bolsonaro, providencie se quiser uma Seleção paralela para jogar o torneio caça-níquel.
Segundo Casemiro, o time, a comissão técnica e o treinador jogarão juntos para que ela não seja realizada. Dos 24 jogadores, 21 atuam na Europa e não foram consultados antes a esse respeito.
É a primeira vez que jogadores da Seleção se rebelam contra uma ordem dos dirigentes, e justo no momento em que uma denúncia de assédio sexual foi protocolada contra o presidente da CBF.
Sabia-se que uma funcionária da entidade fora assediada e humilhada durante anos por Rogério Caboclo, o presidente. Ele já fora aconselhado a renunciar ao cargo, mas não deu bola.
A realização da Copa América no Brasil foi uma jogada de Bolsonaro para distrair a atenção dos brasileiros da pandemia e da CPI da Covid-19, e fortalecer-se junto aos seus devotos.
Argentina e Colômbia recusaram-se a sediar a Copa. Os primeiros jogos estão marcados para daqui a oito dias. Como isso será possível? Bolsonaro marcou mais um gol contra o seu governo.