Carta branca do PL a Costa Neto não melhora muito a vida de Bolsonaro
Acertos pontuais poderão ser feitos, mas nada muito além disso
atualizado
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Se arrependimento matasse, como ele mesmo admitiu a um amigo, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, estaria morto.
Foi um tremendo erro dele ter marcado para o próximo dia 22 a cerimônia de filiação de Jair Bolsonaro ao seu partido.
Deveria tê-la empurrado para fevereiro ou março do próximo ano, assim daria menos tempo para que Bolsonaro aprontasse.
Costa Neto tem por escrito a decisão anunciada por Bolsonaro de filiar-se ao PL. Mas, sob pressão dos filhos, Bolsonaro recuou.
Carlos Bolsonaro, vereador, mostrou-se contra porque a reação dos bolsonaristas nas redes sociais foi negativa, e advertiu o pai.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal, convenceu o pai a exigir o controle sobre o diretório paulista do PL.
Costa Neto estima que Eduardo será reeleito com 900 mil votos, muito abaixo dos 1.843.735 mil que teve em 2018.
Reunidos em Brasília, os presidentes dos diretórios regionais do PL deram carta branca a Costa Neto para fazer o que quiser.
Ninguém quer encrenca com ele, que investiu 40 anos de sua vida e a fortuna que tinha para montar o PL.
De resto, como único dono do partido, é ele quem manda no fundo eleitoral, sem o qual ninguém sobrevive para fazer campanha.
A carta branca é apenas a renovação de um compromisso com Costa Neto, elogiado por todos como um homem de palavra.
Não significa que Costa Neto se curvará a todas as vontades de Bolsonaro. Longe disso.