Carlos França, ministro das Relações Exteriores, está em queda livre
Paraquedista morre quando pensa que voa
atualizado
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Se antes, de 0 a 10, seus colegas davam-lhe nota 6 desde que assumira o Ministério das Relações Exteriores sucedendo Ernesto Araújo, chanceler indicado por Olavo de Carvalho, o guru da família Bolsonaro, o embaixador Carlos França voltou da viagem a Nova Iorque com uma avaliação abaixo de 3.
Sua cotação vinha caindo antes mesmo de ele ter viajado com Bolsonaro para assistir ao seu discurso na abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU. Nomeara para postos no ministério pessoas apadrinhadas por políticos. E fora visto no palanque de Bolsonaro em São Paulo no dia 7 de setembro do golpe abortado.
Em Nova Iorque, porém, desceu ao nível mais baixo. O que ele disse a Bolsonaro para falar ou omitir não foi levado tanto em conta. E, se não bastasse, enquanto Marcelo Queiroga, ministro da Saúde infectado pelo bolsonarismo, dava o dedo para manifestantes, França fazia com os dedos o gesto de arminha.
Nunca antes na história do Itamaraty, nem mesmo nos tempos da ditadura militar, um ministro mandou o decoro às favas em público e de maneira tão reles. O conservadorismo de França jamais enganou seus pares, mas até aí nada demais. Chocou-os sua subserviência e baixeza que ele conseguira esconder até agora.
“Paraquedista morre quando pensa que voa”, observou certa vez Mário Henrique Simonsen, ministro do Planejamento do general João Figueiredo, o último presidente da ditadura militar de 64. Bolsonaro foi paraquedista e pensa que voa. França não foi, mas pensa que seria capaz de voar. Está em queda livre.