Candidatura do general Braga Netto a vice-presidente subiu no telhado
Mais um que se Bolsonaro perder poderá ficar ao desamparo
atualizado
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Era uma vez a candidatura a vice-presidente da República de um general que fez e continua a fazer todas as vontades de um ex-capitão expelido do Exército por indisciplina e má conduta; um mal militar como o definiu Ernesto Geisel, também general, o terceiro presidente da ditadura militar de 64.
Braga Netto já foi quase tudo dentro do governo Bolsonaro, de chefe da Casa Civil a ministro da Defesa. Como outro general de triste memória, Eduardo Pazuello, especialista em logística militar que se deu mal como ministro da Saúde, Braga Netto sempre achou que manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Ordens absurdas não se cumprem, ele e Pazuello aprenderam nos quartéis. Mas logo desaprenderam ao ingressar no maravilhoso, mas ao mesmo tempo acidentado mundo da política, repleto de vantagens e de miçangas atraentes, porém cruel. Filiou-se ao PL do ex-mensaleiro Valdemar Costa Neto, e esperou.
Disse-lhe Bolsonaro que ele tinha 90% de chances de ser o vice em sua chapa à reeleição, mas isso foi no tempo em que Bolsonaro acreditava que até meados deste ano já teria ultrapassado Lula nas pesquisas de intenção de voto. Não aconteceu. Então, infelizmente, a candidatura a vice do general subiu no telhado.
Bolsonaro pensa agora em ter como vice a ex-ministra da Agricultura Teresa Cristina (PP), que prefere candidatar-se ao Senado pelo Mato Grosso do Sul, o mesmo Estado da senadora Simone Tebet (MDB), candidata a presidente. Bolsonaro está atrás de uma mulher que o ajude entre as mulheres que o rejeitam.
Não apenas de uma mulher, mas de uma mulher que tenha votos, uma vez que entre os homens ele vai bem, obrigado, e Braga Netto não tem votos. Outro dia, Costa Neto condoeu-se do general que revelou sua aflição para pagar as contas. Braga Netto diz que ganha pouco, e que se ficar ao léu não sabe o que fará para sobreviver.
Há um ano, de salário líquido, Braga Netto recebeu a modesta quantia de 106 mil reais, menos que seus colegas generais Augusto Heleno, (107 mil), Hamilton Mourão (108 mil) e Luiz Eduardo Ramos (111 mil). Todos têm casa, carro, motorista e gasolina pagos pela Viúva, mas, convenhamos, a inflação aumentou, não sabe?