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Cai a ficha e Lula acerta no tom sobre o clima, a Venezuela e a guerra

Desmatamento na Amazônia desacelera em boa velocidade

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Ricardo Stuckert/Presidência da República
O presidente Lula durante reunião em Bruxelas
1 de 1 O presidente Lula durante reunião em Bruxelas - Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Presidente campeão de viagens internacionais (15) nos primeiros 7 meses de governo, Lula volta de Bruxelas, na Bélgica, ao final da III Cúpula das Comunidades de Estados Latino-Americanos e Caribenhos com a União Europeia, tendo acertado no tom dos seus discursos em relação aos três temas que tanto lhe são caros.

A crise climática que afeta o planeta parece finalmente ter virado a prioridade do Lula 3, e o meio mais eficiente para que ele atraia recursos internacionais. Com menos de 7 meses de governo, Lula já tem o que mostrar: a redução comprovada e robusta do desmatamento na Amazônia da ordem de 34%.

Isso soa como música aos ouvidos de chefes de Estado europeus e de outros continentes às voltas com dificuldades para cumprir metas estabelecidas em acordos internacionais sobre a defesa do meio ambiente. O desmatamento na Amazônia cairá ainda mais neste mês de julho por todas as indicações que o governo já tem.

Em suas falas iniciais sobre a guerra na Ucrânia, Lula ofereceu-se para intermediar um acordo entre Moscou e Kiev e sugeriu que os dois governos calassem as armas e passassem a negociar. Isso significaria congelar as atuais posições dos exércitos, o que daria enorme vantagem para a Rússia, que ocupa parte da Ucrânia.

Os governos europeus e o norte-americano não gostaram de Lula ter afirmado que eles também eram culpados pela guerra. O papa Francisco pode ter gostado, porque é o que pensa, mas o poder espiritual da Igreja não basta para que ela seja levada em conta. Em Bruxelas, Lula deixou a guerra em segundo plano.

Convidado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se com representantes do governo e da oposição venezuelana para tratar da crise que atinge o país do ditador Nicolás Maduro. Desta vez não houve menção à democracia relativa. Lula repetiu que só os venezuelanos encontrarão uma saída para seus problemas.

Mas foi além: cobrou a realização, em 2024, de uma eleição presidencial que seja reconhecida igualmente pelo governo e pela oposição. E isso só será possível, ficou subentendido, se os dois lados puderem disputá-la em condições de igualdade e sob supervisão internacional. Maduro não deve ter gostado da ideia.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela já anunciou que observadores estrangeiros não serão admitidos no país com o fim de atestar se a eleição foi limpa ou suja. Os três mais fortes candidatos da oposição à sucessão de Maduro foram considerados inabilitados pela Justiça, alinhada ao governo.

Lula sempre poderá dizer que tentou fazer o melhor pelo país vizinho com o qual o Brasil tem 2.199 quilômetros de fronteira. De fato, o resto é com os venezuelanos.

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