metropoles.com

Briga de Lula com Campos Neto é tempestade em copo d’água

Como conciliar responsabilidade social com juros de 14% ao ano

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Imagem colorida de Roberto Campos Neto
1 de 1 Imagem colorida de Roberto Campos Neto - Foto: Reprodução

Analistas que se consideram argutos dizem que há cálculo político por trás da ofensiva de Lula contra Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e a taxa básica de juros da economia, que beira os 14% ao ano – exatos 13,75%. Notável conclusão!

Outros sugerem que Lula pensa que o mundo de hoje é igual ao que existia em 2003, quando ele começou a governar o Brasil pela primeira vez. E indagam: por que Lula gasta tão depressa o crédito escasso que obteve ao se eleger há pouco mais de três meses?

Há os que pretendem ensiná-lo a lidar com a economia. Então, falam sobre a importância de um Banco Central independente, que a taxa de juros no atual patamar serve para manter a inflação sob controle, e que o aumento da inflação prejudica os mais pobres.

Mais cômoda foi a posição de Bolsonaro. Ele dizia não entender de economia, quem entendia era o ministro Paulo Guedes. E sobre Guedes jogava a culpa por eventuais erros. Mas quando os calos lhe doíam, intervinha sem hesitar nas decisões econômicas.

Com suas raízes plantadas no mercado financeiro, Guedes atuou como um escudo de Bolsonaro. O mercado, e quem mais quis se enganar, acreditou que Bolsonaro, um sindicalista militar, convertera-se ao liberalismo graças ao seu preceptor.

Nos seus dois governos anteriores, Lula valeu-se do vice José Alencar, empresário com livre trânsito em seu meio, para reclamar dia sim, e o outro também, da taxa de juros fixada pelo Banco Central. Nem por isso atropelou a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Campos Neto foi obrigado a jogar a taxa de juros na altura porque Bolsonaro, ao longo do ano passado, gastou o que podia e principalmente o que não podia na tentativa frustrada de se reeleger. Guedes fingiu não ver. E quando viu, conformou-se.

Se pudesse, Lula derrubaria Campos Neto da presidência do Banco Central. Com a concordância de Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, e de boa parte dos seus demais auxiliares. Mas não pode. Caberia ao Senado tirá-lo, mas ele não o fará.

Tem cálculo político, sim, por trás da atitude de Lula. Não dá para conciliar o que ele chama de responsabilidade social – a entrega do que prometeu aos mais pobres – com responsabilidade fiscal e taxa de juros próxima dos 14%:

“Da mesma forma que acho que a gente tem credibilidade, estabilidade e previsibilidade, a gente tem que ter responsabilidade fiscal, política, econômica e social. E, entre todas essas que precisamos ter, a mais grave é a social”.

Lula é um conciliador por excelência, uma metamorfose ambulante por definição. Se não conseguir o que pretende, dirá à sua base que fez tudo que estava ao seu alcance. Isso é governar sem descer do palanque? Mas quem governa hoje do rés-do-chão?

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?