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Brasileiros olham para cima, se vacinam e dão as costas a Bolsonaro

Em que pese o desgoverno, a Covid que já colheu mais de 4 mil vidas num único dia hoje colhe ao redor de cem

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João Goulart vacina os netos
1 de 1 João Goulart vacina os netos - Foto: Reprodução

A ver se o presidente Jair Bolsonaro correrá o risco de sacrificar a vida ou a saúde de Laura, sua filha, só para não recuar da posição de inimigo número 1 da vacina contra a Covid-19 – inclusive da infantil a ser aplicada em crianças de 5 a 11 anos de idade.

Como bom capacho dele, o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, criou dificuldades para a imunização dos pequenos. Tamanho foi o desgaste da imagem do governo que ele se rendeu à recomendação dos seus assessores e começará a vacinação em poucas semanas.

A doença mata uma criança a cada dois dias no Brasil, taxa de início considerada aceitável por Queiroga e Bolsonaro. Mas pesquisas de opinião encomendadas pelo governo mostraram que os dois estão na contramão do desejo da maioria dos brasileiros.

Nada que não fosse previsível, mas que nem por isso deixasse de causar espanto. Mas se o sujeito prefere ir à praia ao invés de ir comandar o socorro aos milhares de baianos desabrigados pela chuva, por que o espanto quando proíbe a filha de se vacinar?

O brasileiro deu as costas ao presidente acidental e aderiu em massa à vacinação. A ditadura militar de 64, tão admirada por Bolsonaro, vacinou adultos e crianças. Verdade que censurou a imprensa quando houve um surto de meningite, mas o combateu.

Faz sucesso nas redes sociais uma fotografia do presidente João Goulart em 1962 vacinando seus filhos. Goulart nunca foi comunista como disseram os militares que o derrubaram. Mas mesmo os comunistas não comem nem matam criancinhas.

Em julho último, 94% dos brasileiros, segundo o Datafolha, ou tinham se vacinado ou estavam dispostos a se vacinar. O Programa Nacional de Imunizações, que data dos anos 1970, criou a cultura da vacina e tornou-se referência mundial.

Graças à estrutura do SUS que alcança os lugares mais remotos do país, o Brasil, apesar de Bolsonaro, Queiroga e do general Eduardo Pazuello, ultrapassou os Estados Unidos e a maioria dos países europeus em número de vacinados contra a Covid.

Quando o povo quer de fato uma coisa, não há quem o convença do contrário. O hiato de loucura do desgoverno Bolsonaro está com seus dias contados. Faltam exatos 367, já foi pior. Ou 278 para que ele seja derrotado no primeiro turno. Feliz Ano Novo para todos!

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