Bolsonaro sequestra o 7 de Setembro e nada fala de novo em Brasília
Sem problema. Pregou para os convertidos, felizes por ouvirem mais do mesmo
atualizado
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Nem o Papa João Paulo II, quando esteve em Brasília em junho de 1980, lotou a Esplanada dos Ministérios, entre a Rodoviária e o prédio do Congresso. Por que o presidente Jair Bolsonaro lotaria? Ora, faça o favor. Fake news, não!
Delimitou-se um quadrado, em frente ao prédio do Congresso, e ali se aglomeraram sem máscara os devotos do ex-capitão. Uma vez que ele falou para algo como 110 mil pessoas, se tanto – e não para 1,2 milhão, como estimava –, a multidão se dispersou.
Seu discurso foi o de sempre: ele joga dentro das quatro linhas da Constituição, mas certo poder (o Judiciário) nem sempre; a liberdade de expressão terá de ser preservada (para quem quiser distribuir notícias falsas poder fazê-lo;) e ele está com o povo.
Velharia, mas capaz de entusiasmar quem esteve na Esplanada para ouvir o que queria ouvir. Houve a exibição de cartazes que pediam o fechamento do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e um golpe militar. Mas não atos de violência explícita. Menos ruim.
A expectativa é que Bolsonaro faça logo mais, à tarde, na Avenida Paulista, em São Paulo, um discurso mais agressivo – a conferir. Mas amanhã será outro dia. Terá que reabrir a quitanda, oferecer produtos que faltam e dispor de dinheiro para o troco.
Vida que seguirá, e que não será amena para ele e o seu governo, como não tem sido até hoje. Por culpa de quem? Dele, em primeiro lugar.