Bolsonaro segue leal a Pedro Garagem, o assediador sexual da Caixa
Manuella, uma mulher guerreira, capaz de combater em várias frentes ao mesmo tempo
atualizado
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Sob pressão de auxiliares para que se livrasse da companhia explosiva de Pedro Guimarães, ou Pedro Maluco, ou Pedro Garagem, o presidente assediador de mulheres da Caixa Econômica Federal, Bolsonaro impôs duas condições para fazê-lo.
A primeira: não o demitiria. Gosta dele e não acredita nas denúncias de assédio. Acha que se trata de uma conspiração para atingir o governo e impedi-lo de se reeleger. A segunda condição: não diria uma só palavra contra Pedro caso ele se demitisse.
Bolsonaro é homem de palavra, embora nesse caso, para a contrariedade das mulheres que o rejeitam nas pesquisas de intenção de voto e que podem derrotá-lo em outubro. Foi Pedro que pediu demissão, ele limitou-se a atendê-lo.
Até aqui, da boca de Bolsonaro, não se ouviu uma única palavra de censura ao comportamento predador do seu querido amigo, um exemplo de dirigente de órgão público. Bem que a imprensa, sem sucesso, tem tentado arrancar dele pelo menos um comentário.
Tudo o que ele disse foi:
“Foi afastado o presidente da Caixa. Está respondido? Ou melhor, ele pediu afastamento.”
Por orientação dos advogados, Pedro Garagem calou-se. Mas escalou sua mulher para defendê-lo indiretamente. Pobre senhora. Filha de um empresário preso acusado de corrupção, casada com um homem que constrangia as mulheres que trabalhavam com ele.
Manuella Pinheiro pronunciou-se pela primeira vez no Instagram sobre as acusações de assédio sexual que levaram à demissão do seu marido:
“Sabíamos que na luta pelo Brasil haveria deslealdade, inveja, sordidez e falsidade. Sabíamos que seriam acompanhados de ataques impiedosos com objetivo único de destruir nossa família”.
Michelle Bolsonaro, a primeira-dama, respondeu a publicação escrevendo “querida”. Pedro Garagem publicou o texto em sua própria conta dizendo amar sua mulher. Manuella também relacionou o caso às acusações contra o seu pai.
Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, foi preso pela Operação Lava-Jato e posteriormente firmou um acordo de delação premiada. Manuella disse:
“Para muitos, minha guerra por um Brasil melhor começou em 2019 com o Pedro Presidente da Caixa Econômica Federal. Entretanto, começou em 2014 com o meu pai, Leo Pinheiro”.
Não se sabia que Manuella fosse uma mulher guerreira, mas pelo visto é, capaz de combater ao mesmo tempo em várias frentes.