Bolsonaro preserva Pedro Guimarães para que ele preserve o governo
Quanto às mulheres assediadas sexualmente pelo ex-presidente da Caixa Econômica, nem uma palavra
atualizado
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A valer o que disse ontem Bolsonaro, não começa uma nova era na Caixa Econômica Federal com a posse em sua presidência de Daniella Marques, até há pouco uma auxiliar de Paulo Guedes no Ministério da Economia.
Ao pé da letra, significaria apenas que Pedro Guimarães, ou Pedro Maluco, ou Pedro Garangem saiu de lá porque quis, e não chutado por denúncias de assédio sexual a funcionárias. Se não pedisse demissão, teria ficado.
Significaria também que a demissão de 26 consultores estratégicos e de outros 6 funcionários anunciada por Daniella não passou de um ato de rotina. De rotina seria o recado dado por ela de que reestruturará o canal de denúncias e a Corregedoria do banco.
Daniella falou em crise no seu discurso. Bolsonaro, que a “filosofia sempre muda alguma coisa” quando sai um dirigente de instituição e entra outro. Daniella disse que Bolsonaro “tomou a atitude necessária para proteger a imagem da Caixa”.
Bolsonaro calou-se. Teme que Guimarães, seu garoto de ouro, retalie vazando parte do que sabe sobre os subterrâneos do governo.