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Bolsonaro pôr o mundo em risco deixou de ser força de expressão

Nunca antes na história da Organização das Nações Unidas…

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Alan Santos/PR
O presidente Jair Bolsonaro acompanhado do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson
1 de 1 O presidente Jair Bolsonaro acompanhado do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson - Foto: Alan Santos/PR

Pela primeira vez não é força de expressão dizer que o presidente Jair Bolsonaro pôs o mundo em risco. Como não é também dizer que a situação ainda vai piorar muito antes de começar a melhorar.

Irá para os anais da Organização das Nações Unidas (ONU) a singular história de um presidente, acompanhado de um ministro doente, que pôs em risco a saúde de autoridades de outros países.

E não foi um ministro qualquer. Foi um ministro da Saúde, no caso de um dos maiores e mais populosos países do mundo, não de uma república de bananas, e em meio a uma pandemia mortal.

O comando da ONU gastou tempo e dinheiro para montar um esquema sem falhas capaz de banir dos seus domínios a possibilidade de transmissão da Covid-19.

Verdade que não cobrou de chefes de Estado a prova de que tinham sido vacinados. Acreditou na palavra deles. Mas no caso de Bolsonaro proibiu-o de circular livremente pelo prédio.

Tão logo o presidente do Brasil acabou seu discurso de 12 minutos na abertura da 76ª Assembleia Geral, funcionários da ONU se apressaram em desinfetar a tribuna e o microfone usados por ele.

Em seguida falaria Joe Biden, presidente dos Estados Unidos. E se Bolsonaro, que não se vacinou, estivesse infectado? Biden é um senhor idoso, de saúde frágil. Merece proteção especial.

Como supor que o perigo não era Bolsonaro, mas sim seu ministro da Saúde? Queiroga desfilou à vontade pelo gigantesco auditório repleto de diplomatas e de representantes de governos.

Para guardar lembrança do dia em que frequentou ambiente de tamanho prestígio, fez-se fotografar no corredor em meio às bancadas ainda vazias – menos mal. Mas o mal já estava feito.

À sombra de Bolsonaro, ele havia estado, e esteve depois, com um monte de gente, inclusive com o primeiro-ministro britânico, recebido mais tarde por Biden na Casa Branca.

Biden hospedou-se no mesmo hotel de Bolsonaro e de Queiroga, mas teve a sorte de não cruzar com eles. Os funcionários do hotel, não. Quantos deles não serviram a Biden, Bolsonaro e Queiroga?

A depender do que aconteça nos próximos dias, o mundo poderá ser outro depois da passagem de Bolsonaro e de sua comitiva por Nova Iorque. E isso deixará também de ser força de expressão.

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