Bolsonaro pode ganhar no TCU mais um ministro para chamar de seu
Conspiração mineira, abençoada por Kassab e Aécio Neves, deverá levar o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) a renunciar ao mandato
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro já convidou Raimundo Carreiro, ministro do Tribunal de Contas da União, para ser embaixador do Brasil em Portugal, e ele aceitou. Carreiro deverá ser substituído no tribunal pelo atual senador Antonio Anastasia (PSD-MG), cujo mandato termina ano que vem.
Política partidária é coisa que não interessa mais a Anastasia. Ele já governou seu estado por quatro anos, tendo sido antes vice de Aécio Neves (PSDB), que era o governador. Carreiro está a dois anos de se aposentar do tribunal. Foi posto lá por indicação do MDB e com o apoio, entre outros, do ex-presidente José Sarney.
Bolsonaro quer outro ministro do tribunal para chamar de seu. Já tem um: Jorge Oliveira, policial militar da reserva, assessor jurídico de Bolsonaro quando ele era deputado federal, e chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro. Foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência até outubro do ano passado.
O acerto para que Carreiro se aposente antes do tempo, e Anastasia o suceda, começou a ser feito em janeiro último, numa reunião em Belo Horizonte que atraiu, além dele mesmo, Rodrigo Pacheco (DEM), presidente do Senado, Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, e Gilberto Kassab, presidente do PSD.
Naquela ocasião, Pacheco comprometeu-se a não concorrer ao governo de Minas em 2022, dando passagem a Kalil, que seria o candidato do partido. Anastasia disse que desejava ser ministro do tribunal. E Kassab abençoou o acordo ali firmado. Desde então trabalha para que Pacheco dispute a presidência da República.
Aécio, que é próximo a Bolsonaro, embora negue, prestou-lhe conta da trama e garantiu que, uma vez ministro, Anastasia será um amigo com quem ele, Bolsonaro, poderá contar no tribunal. Bolsonaro comprou a ideia. Anastasia espera que Bolsonaro formalize o apoio ao seu nome para renunciar ao mandato.