Bolsonaro perdeu a eleição mais comprada da história recente do país
O último prego do caixão
atualizado
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Reportagem de Amanda Rossi, publicada no UOL, revela a forma irresponsável como o então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, liberou R$ 10,6 bilhões de crédito para 6,8 milhões de pessoas no ano eleitoral de 2022.
Tudo de acordo com Bolsonaro. Um terço desse valor foi destinado a pessoas com nome sujo na praça, o que resultou em 80% de inadimplência. O restante foi para empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil, cujo valor era de R$ 600.
Não por coincidência, 99% desse crédito foi concedido entre o primeiro e o segundo turnos. Do total de tomadores, 104 mil foram excluídos por inconsistência na renda informada. O calote dessa tentativa de compra do eleitor sobrou, naturalmente, para a Caixa.
Era preciso atrair o voto dos brasileiros mais pobres, a esmagadora maioria deles propensa a eleger Lula, o que aconteceu. O banco chegou ao fim de 2022 com o menor volume de reservas em 162 anos de existência. Guimarães caiu antes por assédio sexual.
O Auxílio Brasil custou R$ 40 bilhões. O governo concedeu R$ 5,4 bilhões em voucher para caminhoneiros; deu auxílio a taxistas e ampliou o Vale-Gás. Valeu-se ainda da Polícia Rodoviária Federal para barrar o acesso de eleitores do PT às urnas.
O uso do banco público para comprar a eleição pode ser o último prego batido no caixão de Bolsonaro. O que mais pode faltar para torná-lo inelegível por 8 anos?