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Bolsonaro não será preso tão cedo. A não ser que… (Confira)

Não subestimem, porém, sua capacidade de atirar no próprio pé; ultimamente, de metralhar seus pés

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Bolsonaro mostra dois dedos para a imprensa enquanto fala
1 de 1 Bolsonaro mostra dois dedos para a imprensa enquanto fala - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A tempestade perfeita despencou sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela teve início na noite da quarta-feira (16/8), quando a Polícia Federal localizou o advogado Frederick Wassef, ou Wasséfalo, em um shopping de São Paulo, apreendeu quatro celulares e revistou seu carro.

E ganhou uma força inesperada na quinta feira (17/8), com as revelações feitas, à tarde, na CPMI do Golpe pelo hacker Walter Delgatti, aquele que detonou a Lava Jato, Sérgio Moro e Deltan Dalagnol, e, à noite, pelo advogado de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, preso desde maio.

Delgatti contou que foi recrutado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) e levado ao encontro de Bolsonaro no Palácio da Alvorada no dia 10 de agosto do ano passado. De Zambelli, recebeu dinheiro. De Bolsonaro, a proposta para que tentasse violar as urnas eletrônicas e a garantia de que seria indultado caso fosse preso.

O tempo fechou completamente para Bolsonaro ao cair da noite, com o anúncio de que Mauro Cid decidiu contar o que sabe sobre a operação do roubo de joias presenteadas por governos estrangeiros ao Estado brasileiro, a venda de uma parte delas no exterior para enriquecer Bolsonaro, e a recompra para esconder o crime.

A mais recente sexta-feira 13 foi em janeiro, cinco dias após a tentativa de golpe do dia 8. Bolsonaro estava foragido nos Estados Unidos; amargava a frustração de não ter contado com o apoio das Forças Armadas para barrar a posse de Lula. A próxima sexta-feira 13 será em outubro, quase um ano depois da derrota de Bolsonaro.

Mas, se o que disse o hacker for verdade, e se Mauro Cid de fato delatar a República da Muamba e dos Camelôs de joias, sexta-feira 13, para Bolsonaro, doravante será todo o dia até que ele seja preso. O ministro Alexandre de Moraes já decretou a quebra do sigilo bancário de Bolsonaro e de Michelle.

Em breve, Bolsonaro será convocado a depor na CPMI do Golpe. O hacker, que hoje vai depor outra vez à Polícia Federal, ofereceu-se para ser acareado com ele. A Polícia Federal deverá apreender o passaporte do ex-casal presidencial para que não fuja. Ex-golpistas poderão seguir o exemplo de Mauro Cid. Um inferno!

Não significa, contudo, que Bolsonaro corra o risco de ser preso tão cedo. O rito da Justiça é lento e complexo. A não ser… A não ser que a Polícia Federal reúna provas irrefutáveis de que, solto, Bolsonaro tem agido para obstruir a Justiça. Esse é um dos motivos para que se decrete a prisão preventiva de uma pessoa.

Há indícios de que ele pressionou a família Cid para não falar – o pai, general Mauro Lourena Cid, seu amigo há 40 anos, e o filho, tenente-coronel Mauro Cid, que na juventude chamava Bolsonaro de tio. Os celulares de Wasséfalo deverão falar. Bolsonaro é especialista em tiros de curta distância nos próprios pés.

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