Bolsonaro não está com a bola cheia como tenta fazer parecer
Em 24 horas, uma penca de notícias ruins que só atrapalham seu desejo de se reeleger
atualizado
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Ele subiu nas pesquisas de intenção de voto? Subiu, por ora, à custa de votos que haviam ido para o ex-juiz Sergio Moro, candidato a presidente que não mais será. As próximas pesquisas indicarão se Bolsonaro continuará crescendo ou se estanca.
Ele deu uma dentro ao perdoar a condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) a 8 anos e 9 meses de cadeia e à perda do mandato? A conferir quando as próximas pesquisas forem divulgadas. O perdão animou os bolsonaristas de raiz.
Mas pode ter espantado os bolsonaristas moderados (se é que eles existem) e os eleitores indecisos. Bolsonaro não respeita a Justiça como está cansado de demonstrar, e aposta no golpe se perder em outubro. A maioria dos brasileiros é a favor da democracia.
Nas últimas 24 horas, enquanto comemorava o perdão a Silveira, que não será mais preso, mas ficará inelegível, Bolsonaro colheu uma penca de notícias ruins para ele e para o seu governo. Algumas delas:
* Prévia da inflação oficial de abril, o IPCA-15 bateu 1,73%, o maior índice para este mês desde 1995. Alimentos e combustíveis tiveram os maiores aumentos, mas a inflação corre solta, atingindo 8 dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE e mais de 78% dos ítens. A taxa anualizada da inflação alcançou 12,08%.
* O WhatsApp informou a Bolsonaro que está tomada a decisão de transferir para depois das eleições o lançamento do novo recurso dos megagrupos que amplia o alcance das mensagens distribuídas. Era tudo o que Bolsonaro e sua gangue não desejavam.
* A Câmara dos Deputados tornou permanente o Auxílio Brasil de 400 reais mensais que o governo queria que só valesse até o fim do ano. Bolsonaro quis emplacar no comando da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara um aliado seu, o deputado Major Vitor Hugo (PL-GO). O eleito foi Arthur Maia (União Brasil-BA).
* O Supremo Tribunal Federal invalidou 3 decretos ambientais assinados por Bolsonaro por violarem a Constituição, favorecerem o desmatamento e dificultarem a arrecadação de dinheiro para a preservação da Amazônia e do meio ambiente em geral.
* Pesquisa encomendada pela ONG Todos pela Educação mostrou que 58% dos brasileiros acima dos 16 anos criticam a condução pelo governo federal do ensino básico público.