metropoles.com
Copa do mundo 2022

Bolsonaro já era, por absoluta incapacidade de se reinventar

O futebol alemão, ao contrário

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Orlando Brito
Bolsonaro
1 de 1 Bolsonaro - Foto: Orlando Brito

Uma coisa é o que dizem para consumo público os políticos que cercam de perto o presidente demissionário Jair Bolsonaro, calado, perplexo e desocupado desde que perdeu a eleição.

Outra bem diferente é o que eles dizem quando conversam entre si no escurinho do cinema, ou nos gabinetes da República à prova de escuta dos curiosos, especialmente dos jornalistas.

Para consumo público, eles dizem, ou pelo menos diziam até um dia desses, que Bolsonaro, pouco a pouco, voltava a governar, que já dava ouvidos aos outros, e que em breve recuperaria a voz.

Intramuros, dizem o contrário. Que Bolsonaro continua apático, macambúzio, sofrido, que não fala porque não tem nada a dizer, e que dificilmente será o líder da oposição ao governo Lula.

Bolsonaro sempre gostou de impor suas vontades, e quando as via ameaçadas, falava muito, batia na mesa, distribuía desaforos, e valia-se da caneta cheia de tinta para intimidar os desafetos.

Jamais, em 27 anos como deputado federal, ele foi homem de partido. Passou por nove e está no décimo, o PL de Valdemar Costa Neto. Operava como um franco atirador do baixo clero da Câmara.

Esteve a ponto de encerrar sua carreira por cansaço e desânimo. Sentia-se sem futuro na política. Aí, teve a ideia de ser candidato a presidente para impulsionar a carreira dos filhos.

Foi então, para seu próprio espanto, que se deu bem. Foi então, depois de quatro anos, que se deu mal. Entrou para a história como o único presidente que não se reelegeu, e o pior de todos.

O que ele teria a dizer aos seus eleitores hoje? A maior parte dos que votaram nele queria evitar a volta de Lula. A minoria que poderia votar novamente sente-se órfã e começa a criticá-lo.

Transcorrido mais de ano em que tentou desacreditar o processo eleitoral, reconhecer a derrota seria contraditório. Tendo se empenhado pelo golpe, não pode mandar os golpistas para casa.

Acreditou que os partidos que o apoiaram, comprados com o orçamento secreto, estariam ao seu lado na vitória ou na derrota. Não foi o que aconteceu. E ele está revoltado.

Quando a Alemanha, na Copa do Mundo de 2014, goleou o Brasil por 7 x 1 e sagrou-se campeã, muito se disse que o futebol jogado por ela viera para ficar e seria copiado pelos demais países.

Na Copa de 2018, a Alemanha emperrou na fase de grupos. Na Copa do Catar, ora em curso, foi o que se viu ontem. O futebol alemão será obrigado a se reinventar, e certamente o fará.

Quanto a Bolsonaro, por absoluta impossibilidade, já era.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?