metropoles.com

Bolsonaro ignorou alerta de Mandetta sobre as mortes na Prevent

Kit-covid foi mais uma fraude usada pelo presidente para se dar bem. Contra o PT, na eleição de 2018, ele valeu-se de outra – o kit-gay

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Luiz-Henrique-Mandetta-ministro-da-Saúde
1 de 1 Luiz-Henrique-Mandetta-ministro-da-Saúde - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Bem que ele avisou, e a tempo. No dia 31 de março do ano passado, mal a pandemia chegara por aqui, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez um alerta público sobre o elevado número de mortes de idosos registrado no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, uma das joias da coroa da operadora Prevent Senior.

Vai ver desconhecia que já àquela altura a empresa atuava em parceria com o governo federal na aplicação do kit-covid, estimulando as pessoas a desrespeitarem o isolamento social para evitar danos à economia. Mandetta era contra o tratamento precoce porque ele não funcionava. Foi demitido 16 dias depois.

No dia em que ele saiu, o Conselho Federal de Medicina aprovou parecer que autorizava médicos a prescreverem a cloroquina e a hidroxicloroquina a pacientes com sintomas leves e moderados da Covid-19, além do uso em quadros críticos. Sucessor de Mandetta, o médico Nelson Teich ficou no cargo apenas 28 dias.

Ouvido pela CPI da Covid, Teich disse por que:

“O pedido específico [de demissão] foi pelo desejo [do governo] de ampliação do uso de cloroquina. Esse era o problema pontual. Mas isso refletia uma falta de autonomia e uma falta de liderança”.

No lugar de Teich entrou o general Eduardo Pazuello (“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”). Depois de tanto obedecer a Bolsonaro, acabou caindo, e em depoimento à CPI negou pelo menos três vezes que o governo tivesse recomendado o uso de cloroquina e de outras drogas ineficazes no combate ao vírus.

Pazuello, além de obediente, não entendia nada de saúde. Médicos do chamado “gabinete paralelo”, como Nise Yamaguchi e Paulo Zanotto, davam ordens dizendo a Bolsonaro o que ele queria ouvir – que as drogas eram eficazes e que a pandemia só começaria a ceder quando 70% das pessoas fossem infectadas.

O governo emudeceu depois do depoimento da advogada Bruna Morato, ontem, na CPI, sobre a aplicação em cobaias humanas do kit-covid (não confundir com o kit-gay, outra fraude usada por Bolsonaro, essa na eleição de 2018). O ministro Marcelo Queiroga, que pegou a Covid, recupera-se em Nova Iorque e não quis falar.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?