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Bolsonaro está entre o quanto pior, melhor, e o Guedes me acuda

Enquanto isso, só Lula tem a ganhar se Eduardo Leite for candidato a presidente

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O presidente Bolsonaro (PL) em evento no Planalto. Ela leva as mãos ao queixo e tem expressão preocupada - Metrópoles
1 de 1 O presidente Bolsonaro (PL) em evento no Planalto. Ela leva as mãos ao queixo e tem expressão preocupada - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A entrada no páreo presidencial do ex-juiz Sergio Moro só teria sido ruim para Lula se Moro disparasse a ponto de ultrapassar Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Como não aconteceu, e Moro sem partido e sem palanques empacou, para Lula ficou de bom tamanho. Moro subtrai votos a Bolsonaro.

O mesmo raciocínio vale para a chegada ao páreo de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, convidado por Gilberto Kassab a trocar o PSDB pelo PDS e lançar-se candidato a presidente. Leite parece topar. Se o fizer, tomará votos de Bolsonaro, não de Lula. A não ser que vire um fenômeno eleitoral.

É por isso que políticos de direita, mas que por vergonha se apresentam como de centro, desconfiam de que Kassab joga para ajudar Lula a se eleger. Kassab joga para que seu partido não se divida antes do primeiro turno entre Lula e Bolsonaro. No segundo, Kassab não esconde de ninguém que apoiará Lula.

Direita ou esquerda desunida perde. Ciro Gomes (PDT) não tem vez no espaço da esquerda ocupado por Lula. Nem Guilherme Boulos (PSOL), que por isso renunciou à candidatura a presidente e ao governo de São Paulo e deverá disputar uma cadeira de deputado federal. Sobram candidatos da direita a presidente.

No momento em que diminui a vantagem de Lula sobre ele nas pesquisas, Bolsonaro amarga o choque no preço dos combustíveis aplicado pela Petrobras. No Acre, o litro da gasolina custa 10 reais. Os caminhoneiros ameaçam parar se o governo não atenuar os efeitos do reajuste de 25% no preço do óleo diesel.

Bolsonaro está entre o quanto pior, melhor, e o Paulo Guedes, ministro da Economia, me acuda. Na primeira hipótese, o país pegaria fogo, os conflitos sociais se multiplicariam, e ele jogaria a culpa por tudo no PT e nos governos que antecederam ao seu, com a esperança de atrair mais votos. Pode dar certo.

Na segunda hipótese, Guedes e o Centrão lhe dariam respaldo para gastar mais do que pode, distribuir bondades e faturar eleitoralmente. Dane-se o equilíbrio fiscal. A inflação já é a maior desde 2015 e subiu 10,54% em 12 meses. Os juros aumentam. Napoleão ensinou: primeiro a gente ganha, depois a gente vê.

De que adiantará pôr as finanças mais ou menos em ordem e ser derrotado? Bolsonaro disse que “lamenta” a ameaça feita por líderes dos caminhoneiros de parar o país. Lamenta, mas não condena. Seu candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura, deu razão aos caminhoneiros.

O golpe do dia 7 de setembro do ano passado gorou. Mas ele não saiu do radar de Bolsonaro e de sua tropa de ensandecidos. O presidente russo, Vladimir Putin, foi contra o mundo ao invadir a Ucrânia. Se for o caso, por que Bolsonaro, admirador de Putin, também não pode ir? A reação mundial não seria semelhante.

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