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Bolsonaro escolhe entre o martírio e o exílio

Se depender da Justiça, ele será preso

atualizado

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Bolsonaro
1 de 1 Bolsonaro - Foto: Reprodução

Alguém já perguntou a Bolsonaro se ele quer ser preso para tentar se tornar mártir ou se prefere pedir asilo para escapar à prisão? Os dois dias do recente carnaval que ele dormiu, comeu e bebeu dentro da embaixada da Hungria não trouxeram resposta a essa pergunta, nem mesmo para ele.

Bolsonaro sabe que, pelo menos no seu caso, o direito de ir e vir garantido pela Constituição está com os dias contados. E que somente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e a maioria dos seus pares,fazem uma ideia de quando ele finalmente será preso, mas não revelam.

Inevitável que seja preso. Nos seus quase 30 anos como deputado federal, nos quatro como presidente da República e, no mínimo, nas primeiras semanas de 2023, Bolsonaro só pensou numa coisa: derrubar a democracia no Brasil e instalar no seu lugar um regime autoritário, disfarçado ou não.

Uma vez, nos anos 1980, ele foi preso e não gostou da experiência – quem gostaria? Planejava explodir bombas em quartéis insatisfeito com o salário que recebia. Protegido pela linha dura do Exército, concordou em despir a farda em troca da patente de capitão e de um soldo maior.

Mais de uma vez ao longo do seu (des)governo, Bolsonaro disse que jamais seria preso outra vez, e que só morto conseguiriam retirá-lo do poder. Era imexível, imbrochável e irremovível. Imbrochável, não sei se é, mas depois de removido do poder, o medo mora ao seu lado e lhe faz a cama.

Antes tido como terrorista, Nelson Mandela virou mártir na prisão e dali saiu para se eleger presidente da África do Sul e ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Hitler foi preso por tentar dar um golpe de Estado. Escreveu um livro, saiu da prisão, construiu um partido e se elegeu chanceler da Alemanha.

Dilma foi presa e torturada pela ditadura militar de 64. Retomou a militância política e se elegeu presidente duas vezes. Lula foi preso quando o PT ainda engatinhava. Foi novamente preso depois de se eleger e se reeleger presidente. Governa pela terceira vez, de olho na quarta.

Seja pela idade avançada e a saúde que inspira cuidados, seja por estar oito anos inelegível, uma vez que venha a ser condenado à pena superior a dos golpistas recolhidos à Penitenciária da Papuda, Bolsonaro seguirá apostando na política? Quem acampará em sua memória?

Ele não leva jeito. Perdeu a oportunidade de pedir asilo à Hungria para escapar da prisão. Se Donald Trump derrotar Joe Biden e Bolsonaro estiver solto, o destino do capitão inativo poderá ser mais ameno. Em Budapeste, faz frio e neva. Em Orlando, na Flórida, o sol brilha.

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