Bolsonaro e Weintraub, os enjeitados pelos partidos
Procura-se quem queira os passes do presidente da República e do seu ex-ministro belicoso da Educação
atualizado
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Se tudo tivesse dado certo como desejava e previa o presidente Jair Bolsonaro, a essa altura do ano ele já teria um partido para chamar de seu. De preferência, integralmente seu, onde pudesse mandar de uma ponta a outra. Se não, pelo menos em parte.
Em parte, quer dizer: o dinheiro do fundo partidário sob seu controle, os diretórios dos grandes Estados também, e a permissão para que fossem privilegiados nomes indicados por ele em Estados menores. Era assim que ele pensava.
Não deu até aqui. Poucas portas se lhe abriram, e a mais recente delas, a do partido de nome Patriota, fechou-se – temporariamente ou para sempre, ninguém sabe. Uma banda do Patriota cedeu a todas as exigências de Bolsonaro, a outra as rejeitou.
Vida dura, essa de Bolsonaro. Mas não só a dele. Por considerá-lo “um extremista”, e não querer aproximar-se de Bolsonaro, Daniel Tourinho, presidente do PTC, bateu com a porta do seu partido na cara de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação.
Weintraub perdeu o emprego no governo depois de sugerir a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Como não pôde mantê-lo no cargo, Bolsonaro premiou-o com a indicação para uma diretoria do Banco Mundial, em Washington.
Emprego de primeira classe, que paga em dólar. Para driblar o risco de ser preso porque estava sendo processado, Weintraub conseguiu entrar nos Estados Unidos usando passaporte diplomático ao qual já não teria direito. Sujeito esperto!
Mas a saudade do Brasil tem sido grande para ele, bem como o desejo de aproveitar a fama que ganhou entre os bolsonaristas de raiz candidatando-se nas eleições do próximo ano. Talvez ao governo de São Paulo, talvez a deputado federal.
Pelo PTC, segundo Tourinho, nem pensar!