Bolsonaro e Lula dão-se as mãos para se enfrentar no ano que vem
Terceira via na história deste país só ganha eleição quando vira segunda ou primeira
atualizado
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Com base no que o governador João Doria (PSDB), de São Paulo, concluiu que a maioria dos brasileiros não quer votar na eleição do ano que vem nem em Jair Bolsonaro para presidente da República nem em Luiz Inácio Lula da Silva (PT)?
As pesquisas de intenção de voto divulgadas até aqui mostram o contrário – que querem, sim, e que outros eventuais candidatos, somados, se a eleição fosse hoje, não iriam a lugar nenhum. Por ora, apenas um terço diz que não votaria em nenhum dos dois.
É pouco? Não, não é. E é por aí que poderá entrar em cena o que chamam de candidato da terceira via. Nunca antes na história do país um candidato da terceira via ganhou eleição, a não ser quando assumiu a condição de candidato da segunda via ou da primeira.
Bolsonaro e Lula estão de mãos dadas para que isso não aconteça. A mais recente pesquisa do Datafolha confere a Lula 46% das intenções de voto contra 25% de Bolsonaro. Nenhum dos pré-candidatos da “terceira via” chega a dois dígitos.
O Datafolha também quis saber em quem os eleitores não votariam de jeito nenhum. Neste cenário, 59% não votariam em Bolsonaro; Lula e Doria aparecem empatados, com 37%, seguidos por Ciro (31%), Mandetta (23%) e Eduardo Leite (21%), do PSDB .
Para Bolsonaro, “não existe terceira via” para 2022. Candidatos que tentam se apresentar como alternativa a ele e a Lula não conseguirão “atrair a simpatia da população”. Para Lula, “a terceira via é uma invenção dos partidos que não têm candidato”.
Doria e Leite querem ser, mas boa parte do PSDB prefere apoiar um candidato de outro partido a presidente para gastar o dinheiro que lhe couber na eleição de deputados federais, senadores e governadores. O DEM está na mesma situação.
O MDB só teve candidato próprio a presidente em 1989. Os partidos do chamado Centrão, idem. O PSB já teve, mas sem sucesso. No próximo ano apoiará Lula. Os demais, por pequenos, acabam se associando às grandes legendas.
O PDT está com Ciro. Mas Ciro está convencido de que seu principal adversário é Bolsonaro. Se não tomar o lugar dele, não irá para o segundo turno. É unânime a opinião entre os pré-candidatos de que só Lula tem vaga assegurada no segundo turno.