Bolsonaro diz não a Valdemar Costa Neto que lhe paga uma fortuna
Empregado rebelde
atualizado
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Não convidem para a mesma mesa Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL) que emprega o ex-presidente e sua mulher, Michelle. Primeiro, porque o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, proibiu contatos entre eles. Segundo, porque Costa Neto começa a desconfiar de que fez um mau negócio ao se juntar a Bolsonaro.
Nos anos 50 do século passado, fez sucesso um sabonete de nome “Vale quanto pesa”, que era “grande, bom e barato”. Para o padrão dos brasileiros, Bolsonaro pode ser grande – mede 1,85m. Mas como cabo eleitoral, não é bom nem barato. Costa Neto paga a ele uma fortuna para ajudá-lo a eleger,este ano, o maior número possível de candidatos do PL a prefeito e a vereador. E ele…
Bem, Bolsonaro faz corpo mole. Em São Paulo, só atrapalha a campanha de Ricardo Nunes (MDB), candidato a prefeito apoiado pelo PL. No Rio de Janeiro, berço político da família Bolsonaro, o ex-presidente somente apareceu até agora na propaganda eleitoral de Alexandre Ramagem, candidato a prefeito, seu amigo, e não de Costa Neto. Ali, não gravou vídeo para mais ninguém.
Costa Neto fez chegar a Bolsonaro uma lista com 90 nomes de candidatos em vários estados e um pedido para que ele gravasse mensagens de apoio, conta Bela Megale. Bolsonaro negou-se, mas não só. Queixou-se a membros de sua família de que Costa Neto quer lhe dar ordens. Foi apenas um pedido. De resto, como empregador, Costa Neto poderia lhe dar ordens, mas não ousa fazê-lo.