Bolsonaro critica o nazismo para poder compará-lo ao comunismo
Uma coisa nada tem a ver com a outra
atualizado
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Morreram milhões de pessoas na extinta União Soviética quando ela foi governada pelo ditador Joseph Stalin, assim como na China durante a guerra civil vencida pelo ditador Mao Tsé-Tung.
Mas só na Alemanha do ditador Adolf Hitler houve um regime racista: o nazismo, que matou 6 milhões de judeus, ciganos, gays e pessoas deficientes a pretexto de purificar a raça ariana.
Defensor da tortura, da ditadura e réu em processo de estupro, Bolsonaro, que ano passado recepcionou uma deputada alemã neta de um ministro de Hitler, criticou o nazismo nas redes sociais.
Sem citar as demissões do influenciador digital Bruno Aiub, o Monark, e do comentarista da TV Jovem Pan Adrilles Jorge, disse que “a ideologia nazista deve ser repudiada de forma irrestrita”.
Monark havia defendido a legalização no Brasil de um partido nazista, e Jorge, ao discutir o assunto, despediu-se dos expectadores com o gesto de mão imortalizado por Hitler.
Bolsonaro quis escapar aos efeitos da polêmica, manter os votos que tem entre os judeus e ao mesmo tempo usar o nazismo para compará-lo ao comunismo. Então, escreveu no Twitter:
“É de nosso desejo, inclusive, que outras organizações que promovem ideologias que pregam o antissemitismo, a divisão de pessoas em raças ou classes, e que também dizimaram milhões de inocentes ao redor do mundo, como o comunismo, sejam alcançadas e combatidas por nossas leis”.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tem um projeto de lei na Câmara que propõe a criminalização do comunismo. Para ele, seus irmãos e o pai, Lula e sua turma são comunistas de carteirinha.
É bem capaz de acharem que o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos chefes do Movimento Brasil Livre, também seja. Bolsonaristas e petistas uniram-se para cassar seu mandato.
Os bolsonaristas, porque Kim, agora, apoia a candidatura do ex-juiz Sergio Moro (Podemos). Os petistas, porque ele deu força à ideia da criação de um partido nazista no Brasil ao dizer:
“Por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que [seja o assunto que] o sujeito defenda, isso não deve ser crime. Por quê? Porque a melhor maneira de você reprimir uma ideia antidemocrática, tosca, bizarra, discriminatória, é você dando luz àquela ideia para que aquela ideia seja rechaçada socialmente, e então socialmente rejeitada”.
Confuso, não? Idiota e abjeto! No Twitter, Kim admitiu o erro:
“Gostaria de aproveitar esse espaço para reforçar meu pedido de desculpas para toda a comunidade judaica. Foi um erro tratar um assunto tão delicado quanto esse da forma que tratei”.