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Bolsonaro, chega de enganação. Vai procurar o que fazer!

Delírios um ano quente

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Bolsonaro e Donald Trump
1 de 1 Bolsonaro e Donald Trump - Foto: Reprodução

“O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, disse Juracy Magalhães, embaixador do Brasil em Washington, nomeado pelo general Humberto Castelo Branco, o primeiro presidente da ditadura militar de 64. A frase ainda ressoa.

O Brasil, à época da guerra fria, quando o mundo estava dividido em dois blocos – um sob o comando dos Estados Unidos, o outro sob o comando da União Soviética –, era mais uma ditadura militar a instalar-se na América Latina, a mais importante delas.

Os militares haviam dado o golpe a pretexto de salvar o país do comunismo. E parte dos políticos que aderiu ao golpe acreditou que a democracia seria restabelecida a tempo de realizar uma nova eleição presidencial dali a um ano.  Ela  aconteceu 25 anos depois.

Se dependesse de Bolsonaro, filhote da ditadura, a democracia não teria sido restabelecida tão cedo. E para seu gosto, teria torturado e matado muito mais gente do que torturou e matou. Quem o disse foi ele mesmo em discursos e entrevistas disponíveis no Youtube.

Agora, com a volta de Trump à Casa Branca, o que Bolsonaro passou a dizer? Não pegaria bem para ele simplesmente plagiar Magalhães. De resto, a frase de Magalhães pode escapar ao seu conhecimento. Raso como um pires e autocentrado, ele então diz:

– O Trump agora tem maioria no Senado. […] Nós partiremos para uma revolução em 2026. Podemos ter, sim, uma bancada enorme de senadores e deputados, agregando outros partidos do nosso lado. Tem tudo para acontecer.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o Zero Três, ousa ir mais adiante do pai. E a respeito de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do inquérito sobre o fracassado golpe do 8 de janeiro, afirma sem pestanejar:

– Vai ser colocado uma espécie de freio [nele]. Você acha que o Alexandre de Moraes vai comprar briga com o ministro Elon Musk?!

Dono do X, Musk deverá ocupar um cargo importante no novo governo de Trump. Moraes tirou o X do ar no Brasil porque Musk descumpriu ordens da justiça brasileira. Eduardo imagina que a inelegibilidade do seu pai será revertida em breve.

Doravante, não só Musk se daria ao trabalho de pressionar Moraes em favor de Bolsonaro: Trump também o faria.  O que Moraes e seus colegas acham disso? Eles acham graça. Têm mais o que fazer do que dar trela à família Bolsonaro.

Trump é um fenômeno político, goste dele ou não. Bolsonaro não passa de uma caricatura grosseira de Trump. Por quatro anos, Trump manteve-se à tona e está de volta. Bolsonaro foi o único presidente brasileiro que não se reelegeu e que poderá ser preso.

O que possa ser bom para os Estados Unidos deixou de ser necessariamente bom para o Brasil.

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